Governo federal enviará 200 agentes da Força Nacional ao ES
O governo federal confirmou o envio de 200 agentes da Força Nacional de Segurança para Vitória, ainda nesta segunda-feira (6). O Espírito Santo sofre com a falta de policiamento há pelo menos três dias, desde o início dos protestos de familiares dos agentes, que impedem sua atuação nas ruas. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o reforço deve chegar à cidade no início da noite de hoje.
Ao menos 52 homicídios foram registrados no período, segundo o Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis) do Espírito Santo; o governo estadual ainda não divulgou o levantamento oficial. Nesta segunda-feira, a cidade vive uma espécie de toque de recolher: as aulas foram suspensas em escolas públicas e particulares, cerca de 70% das lojas estão fechadas, os ônibus vão parar de circular a partir das 16h e a administração municipal cancelou o expediente nas suas repartições.
O presidente Michel Temer também autorizou o envio de tropas das Forças Armadas "para garantir a lei e a ordem". O ministro da Defesa, Raul Jungmann, deve chegar a Vitória no fim da tarde desta segunda-feira para acompanhar a crise na segurança.
Desde a noite de sexta-feira (3), familiares e amigos de policiais militares estão realizando manifestações em ao menos 30 cidades do Espírito Santo, impedindo a saída das viaturas para as ruas e afetando a segurança desses municípios.
O movimento que afeta o policiamento no Espírito Santo foi declarado ilegal pela Justiça. As associações que representam os policiais deverão pagar multa de R$ 100 mil caso a decisão seja descumprida. A ASC (Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar) do Espírito afirmou ao UOL que o sindicato não tem relação com o movimento e, sim, os familiares dos policiais.
Em entrevista à rádio BandNews FM, o secretário estadual de Segurança Pública, André Garcia, disse que a Força Nacional vai fazer o policiamento das ruas e as Forças Armadas vão trabalhar na “garantia do emprego e da ordem”.
Sem negociação
Garcia reforçou que as negociações com os policiais, diante das reivindicações de reajuste salarial e melhores condições de trabalho, serão feitas apenas quando o policiamento na rua for retomado e a situação estiver controlada. "Assim que retornar a normalidade, o governo vai manter as portas abertas, como sempre o fez", afirmou à rádio Estadão.
Sem policiamento, o secretário confirmou que houve aumento no número de mortes nas ruas. “Não fechamos ainda os números porque a prioridade agora é outra. Mas temos um aumento no número de homicídios no Estado nos últimos três dias. Não há como negar isso.”
Em nota, o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), disse que está em contato, desde a noite de domingo (5), com o ministro da Defesa e pediu celeridade e apoio do governo federal. "Para segurança dos servidores, população e das famílias, peço a compreensão de todos pois estamos suspendendo as atividades no dia de hoje. Pedimos para que as pessoas se mantenham conectadas aos comunicados oficiais dos poderes públicos nesta segunda”.
(Com Estadão Conteúdo)
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