Homem que invadiu Ministério Público do RN e atirou em promotores se entrega à polícia
O assessor judiciário Guilherme Wanderley Lopes da Silva, 44, acusado de ter invadido a sala do procurador-geral do Rio Grande do Norte e balear o procurador-geral adjunto Jovino Pereira Sobrinho e o promotor de Justiça Wendell Beetoven Ribeiro Agra, se entregou à polícia, na manhã deste sábado (24). Silva está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) da Ribeira, em Natal.
Silva chegou ao 5º Distrito Policial, localizado no bairro de Lagoa Nova, na zona sul da capital, acompanhado de dois advogados. Ele prestou depoimento ao delegado Renê Lopes e ficou em silêncio ao ser perguntado se ele foi o autor da tentativa de homicídio, segundo a polícia.
"Ele silenciou com relação à autoria do atentado, mas não há dúvidas de que foi ele o atirador. Ele ficou parte do tempo em silêncio durante as minhas indagações sobre o crime, mas negou a participação de outra pessoa no atentado. Ele negou também que foi internado em hospital psiquiátrico e também negou que o atentado seria uma retaliação a um procedimento administrativo sofrido pelo pai dele há alguns anos", disse o delegado Renê Lopes em entrevista ao UOL, por telefone.
O delegado afirmou que Silva apresentou uma arma que teria sido utilizada no crime, mas não informou a quem a arma pertencia e como chegou até ele.
Ainda segundo o delegado, o fato de o acusado apresentar uma arma indica que ele é o autor do crime. "A entrega do revólver já é uma contradição de ele negar o crime, pois apresentou a arma. Mas, ele tem o direito de só se manifestar em juízo. O acusado vai ser indiciado pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado contra as três vítimas, o procurador-geral do Estado, o procurador-adjunto e o promotor de Justiça", informou o delegado.
Em caso de condenação por homicídio qualificado a pena imputada ao réu é de 12 a 30 anos de prisão por cada crime. Durante o processo, o juiz vai analisar as acusações qualificadoras ao acusado. Porém, como foi um atentado não consumado, há possibilidade de a Justiça reduzir a pena para 1/3 a 2/3, segundo o delegado.
Na próxima segunda-feira (27), a polícia vai ouvir mais testemunhas e remeter a arma entregue pelo acusado para o Itep (Instituto Técnico-Científico de Polícia) de Natal para perícia.
Silva tem curso superior em Direito e deverá ficar preso em uma cela especial, afastado dos demais internos do CDP da Ribeira, à disposição da Justiça, segundo a polícia.
Exoneração
Neste sábado (25), o Diário Oficial do Estado trouxe a exoneração de Guilherme Wanderley Lopes da Silva, que ocupava cargo comissionado de assessor jurídico na 1ª Procuradoria de Justiça, assinada pelo procurador-geral do Estado, Reinaldo Reis.
O atentado
O atirador chegou ao gabinete por volta das 11h dessa sexta-feira (24), solicitando à secretária uma conversa com o procurador-geral. Porém, no momento em que a secretária abriu a porta para informar sobre a presença do assessor no local, ele empurrou a porta e adentrou atirando. Reis contou que primeiro alvo do atirador foi o procurador-geral. O tiro deflagrado contra o procurador-geral passou por cima da cabeça dele, atingiu a parede e deixou um buraco na altura de cerca de 1.70m.
Segundo o Ministério Público, após atentar contra a vida de Reis, o atirador apontou a arma para o promotor de Justiça Wendell Beetoven Ribeiro Agra, que tentou fugir e foi baleado com um tiro nas costas. Em seguida, Silva saiu em perseguição ao procurador-geral adjunto Jovino Pereira Sobrinho, que entrou em outra sala para se proteger, mas foi atingido por dois tiros no abdômen. Agra e Sobrinho estavam na sala de Reis em reunião com mais outros quatro promotores de Justiça.
O procurador e o promotor foram socorridos para o Hospital Walfredo Gurgel, onde foram operados na tarde de ontem. No último boletim médico divulgado pelo hospital, os dois pacientes estavam com estado de saúde estável e tinham se submetido a procedimentos cirúrgicos.
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