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Após ato pacífico em SP contra Temer, black blocs quebram vidros e são dispersados pela PM

Manifestantes ocupam quase três quarteirões da avenida Paulista na noite desta sexta-feira - Bruno Santos/ Folhapress
Manifestantes ocupam quase três quarteirões da avenida Paulista na noite desta sexta-feira Imagem: Bruno Santos/ Folhapress

Luis Adorno

Do UOL, em São Paulo

30/06/2017 18h38Atualizada em 30/06/2017 21h32

Centenas de manifestantes se reuniram no início da noite desta sexta-feira (30), em frente ao Masp, na avenida Paulista, região central de São Paulo, em um dos protestos que acontece na cidade contra as reformas do governo de Michel Temer (PMDB). No final do protesto, que foi pacífico durante toda a caminhada até o final da rua da Consolação, um grupo de cerca de 40 black blocs tomou a dianteira da manifestação e destruiu vidros de uma das fachadas da faculdade Mackenzie. Não há registros de feridos.

Nem a PM (Polícia Militar) nem os organizadores informaram o número exato de pessoas presentes no ato, que começou às 16h. Todas as faixas da avenida Paulista foram bloqueadas. As alamedas paralelas ficaram com trânsito lento, assim como a rua da Consolação. A avenida Rebouças também travou.

Apenas na região central de SP, ao menos três protestos aconteceram na tarde e noite desta sexta. Além do maior ato, centralizado na Paulista, houve mobilizações menores nas praças da República e da Sé.

As manifestações encerram um dia em que lideranças sindicais convocaram greve entre várias categorias em todo o Brasil. Em São Paulo, porém, a paralisação teve pouco adesão.

No ato que saiu da praça da Sé durante a tarde e subia a rua da Consolação sentido avenida Paulista, ao menos quatro pessoas, suspeitas de pertencerem à tática black bloc, foram detidas por PMs da Força Tática e levadas ao 78º DP (Distrito Policial). Em uma imagem, gravada por um dos PMs, é possível ver um estilete, que provavelmente será usado como prova, dentro de uma mochila com cadernos.

Durante as quase três horas em que o ato ficou na Paulista, líderes sindicais gritaram palavras de ordem em um caminhão de som, principalmente contra a reforma da previdência. Havia militantes da CUT e sindicatos de professores, bancários e químicos, além de outras pessoas apoiando o ato.

Black Blocs

30.jun.2017 - Vidros de uma das fachadas foram quebrados por black blocks ao fim de protesto desta sexta-feira em São Paulo - Luis Adorno/UOL - Luis Adorno/UOL
Vidros de uma das fachadas foram quebrados por black blocks ao fim de protesto desta sexta
Imagem: Luis Adorno/UOL

Por volta das 19h, os manifestantes começaram a sair da Paulista e descer a rua da Consolação, bloqueando as faixas do sentido centro. O objetivo era levar o protesto até a frente da sede da Prefeitura, na região central, mas eles interromperam a marcha em frente à Igreja da Consolação, ao lado da praça Roosevelt, pouco antes das 20h. Neste momento, os black blocs apareceram em maior número, tomaram a dianteira do protesto e iniciaram um quebra-quebra, que atingiu principalmente a Faculdade Mackenzie.

Os black blocs e alguns manifestantes seguiram rumo à Prefeitura, onde chegaram por volta das 20h15. Cerca de 20 minutos depois, alguns deles, sentados em frente ao prédio no Viaduto do Chá, foram abordados por policiais militares e se recusaram a sair. Uma jovem foi detida e puxada. Os manifestantes tentaram impedir a detenção, e os policiais atiraram bombas de efeito moral e dispararam balas de borracha. A atitude dispersou todos que ainda restavam no protesto.

A mulher detida, chamada de Jessica pelos outros presentes, será levada para o 2º DP.

30.jun.2017 - Jovem é detida por policias no centro de São Paulo, na noite desta sexta-feira, durante protesto contra o governo Temer - DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO - DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
Jovem é detida por policiais em frente à Prefeitura de SP
Imagem: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

Pato queimado

Manifestantes queimam pato de plástico

UOL Notícias

Durante o protesto realizado nesta sexta na avenida Paulista, em São Paulo, contra as reformas do governo Temer, manifestantes colocaram fogo em um pato de plástico. Era uma alusão ao mascote dos protestos pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff, apoiados pela Fiesp, em 2016.

Na época, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo deixou um pato amarelo inflável por semanas em frente a sua sede, na própria Paulista, cobrando a saída da presidente como única solução para a crise econômica no país.