Não é possível ter militares o tempo todo nas ruas do Rio, diz Jungmann após roubos e tiroteios
O ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), participou na manhã desta sexta-feira (4) na ESG (Escola Superior de Guerra), na Urca, zona sul do Rio de Janeiro, de uma apresentação para parlamentares da bancada federal do Estado sobre as ações e os sistemas de proteção de fronteiras das Forças Armadas. Hoje completa uma semana da operação "Rio quer segurança e paz" com a presença de tropas federais na região metropolitana, mas a população não deve voltar a ver, ao menos pelos próximos dias, o patrulhamento de militares nas ruas.
"No primeiro momento tivemos a etapa do reconhecimento. Evidente que tem o efeito do conforto, de segurança dos dias iniciais. Mas, como avisamos, não será permanente. Forças Armadas nas ruas é como anestesia, é boa quando alivia a dor, mas não acaba com o efeito. Não é possível e nem adequado (as Forças Armadas) permanecerem todo tempo nas ruas. Nossa missão é atacar a capacidade operacional e com o efeito surpresa", salientou Jungmann.
Ao menos 10 mil militares das três Forças Armadas vieram para o Rio na última sexta (28) e foram vistos em patrulha em áreas turísticas, principalmente no centro e zona sul. Após a conclusão da chamada fase de reconhecimento de área, os militares deixaram as vias cariocas. Ocorrências de roubos de carga e tiroteios foram registradas nas últimas 24 horas.
Na manhã desta sexta-feira (4), um caminhão dos Correios foi roubado na altura de Benfica, zona norte, e levado para o Morro São João. A carga foi distribuída para moradores da comunidade, que tem UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). PMs trocaram tiros com criminosos.
Segundo o ministro, o objetivo inicial da presença das tropas no Rio foi alcançado. "Nosso objetivo inicial, que era reconhecimento de microáreas foi alcançado. O efetivo de 10 mil nas ruas tem o efeito de inibir a criminalidade. Para isso tem que desmantelar arsenais, reprimir e reduzir arsenais e a capacidade financeira", afirmou.
Jungmann afirmou que a situação de insegurança no Estado não foi um processo rápido e que, por isso, não será resolvida com "mágica".
"Não fazemos mágica! O Rio não chegou onde chegou nos últimos tempos. Foram décadas. Seria farsa se dissermos que íamos mudar isso do dia para noite", declarou.
"Convulsão social", diz Maia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), esteve na apresentação e acrescentou ao final que o Rio vive um estado de convulsão social, mas que a presença das forças federais deve amenizar a situação de insegurança.
"Continuo preocupado, mas sei que [a operação] vai até fim 2018, diferentes de 90 dias, feitas para aparecer em manchete de jornal. O que vimos hoje é fundamental, não adianta polícia nas ruas se não cuidar de fronteiras. A droga e as armas não são feitas aqui. Sabemos que, com estratégia, teremos bons resultados e redução de roubo de cargas e tráfico de drogas", disse o parlamentar.
Maia ressaltou que o Estado fluminense precisa do governo federal para enfrentar "falência".
"O Rio vive convulsão social, vive uma situação mais aguda em relação à segurança. É grave a situação fiscal, quase de falência. De fato, o governo do Rio precisa do governo federal, com um plano de recuperação fiscal que funcione. Precisa sim da coordenação federal do ponto de vista fiscal e de segurança, não de intervenção", afirmou.
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