Falsa médica é detida pela nona vez, mas não passa nem uma noite na cadeia
Renata Teresa Campos dos Santos foi presa, nesta quinta-feira, 24, por exercício ilegal da medicina, pela Polícia Civil do Distrito Federal. Não que isso seja novidade para ela. Desde 2011, essa é a nona vez que Renata é detida pela mesma acusação. Como de costume, não passou nem uma noite presa, sendo liberada após assinar um Termo de Comparecimento, que a permite responder em liberdade.
Desta vez, a polícia chegou até a casa de Renata, em Taquatinga, depois de denúncia de um casal que pagou R$ 10 mil para que a falsa médica realizasse um procedimento que permitisse à mulher engravidar. O casal desconfiou da atuação de Renata e abriu boletim de ocorrência contra ela na 19ª DP, em Ceilândia.
Na operação desta quinta, nomeada Placebo 2, a polícia civil apreendeu diversos equipamentos e medicamentos, desmobilizando a clínica. Entre os objetos apreendidos, um jaleco branco com o nome de Renata e a inscrição "biomédica". Investigações iniciais apontam que ela chegou a cursar até o quarto semestre de biomedicina, mas não concluiu a graduação.
Mesmo assim, ela se passava não só por médica e biomédica, mas até por dentista. Além disso, atendia como se fosse especialista em diversas áreas, inclusive no tratamento de câncer, como relatou outra denunciante.
Segundo o delegado Fernando Fernandes, a princípio a falsa médica atendia nas casas dos pacientes. Depois que já havia uma certa relação de confiança, ela atendia em casa, onde mantinha uma espécie de clínica. "Lá nós encontramos vários medicamentos, alguns de uso restrito. Tinha tudo que levasse a crer que lá funcionava uma clinica", explicou ao UOL o delegado
Renata tem 35 anos e sua primeira passagem pela polícia por exercício ilegal da medicina aconteceu em 2011. Depois, ela foi detida seguidas vezes, mas sempre liberada, até 2015. A nona prisão foi nesta quinta-feira e o delegado acredita que logo pode acontecer a décima. "Se a Justiça não der um basta, ela vai continuar agindo", argumenta.
Ainda de acordo com o delegado, Renata inicialmente se mostrou surpresa e indignada pela prisão, mas, diante das evidências, seguiu a recomendação da advogada e optou por permanecer calada diante dos policiais. Se condenada, ela pode ser presa por de 6 meses a 2 anos.
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