157 tentou mudar aparência e sugeriu propina a policiais: "Vocês podiam fazer suas vidas"
O traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, capturado em uma ação policial na favela do Arará, zona norte do Rio de Janeiro, se entregou sem esboçar reação, reconheceu o delegado à frente das investigações e sugeriu propina aos agentes envolvidos na ação.
"Conseguimos uma prisão emblemática", afirmou o secretário de Segurança, Roberto Sá. "[Ele é um] Criminoso que há mais de dez anos vem causando problemas para o Rio de Janeiro." O traficante foi um dos pivôs da crise de segurança na Rocinha, na zona sul carioca, em setembro, quando o bando de Antônio Bonfim Lopes, o Nem, tentou invadir a comunidade para retomar o controle do tráfico.
O traficante permaneceu em silêncio durante depoimento à polícia e, depois disso, se reuniu com dois advogados. "Não teve depoimento. Ele só vai falar em Juízo. Vai manter o silêncio até lá. É uma estratégia da defesa", disse uma defensora do traficante que pediu para não ser identificada.
Segundo o delegado Gabriel Ferrando, Rogério 157 o reconheceu. "Ele falou: 'Doutor Ferrando'", disse o policial que foi delegado da Rocinha por anos. "Doutor, vocês podiam fazer as suas vidas", teria dito o traficante no momento da prisão.
A detenção ocorreu sem troca de tiros. "Ele se cobriu, tentou se disfarçar", complementou o delegado.
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O delegado Gabriel Ferrando é um dos policiais que aparecem nas selfies feitas com 157. No entanto, em entrevista coletiva, ele afirmou que os policiais que fizeram as fotos "vão responder na Corregedoria".
Ferrando informou também que 157 estava tentando mudar sua aparência física. "Estava tentando mudar sua aparência, estava apagando tatuagens. Ele, inclusive, estava tentando apagar uma cicatriz no braço para impedir a sua identificação", disse o agente.
"Os policiais destacados nesta operação, além de já conhecerem ele com muito detalhe, tinham condições de fazer um reconhecimento mais detalhado, como tatuagem, cicatrizes. Isso foi fundamental", complementou o delegado.
A delegada Cristiana Bento disse que 157 vai para o presídio de segurança máxima Bangu 1. O secretário Roberto Sá informou que pedirá sua transferência para um presídio federal.
Segundo Cristiana, 157 vinha migrando de favela em favela e chegou ao Arará por volta das 3h de hoje.
"Ele vem migrando. Ele disse que não esperava [que a operação abarcasse a favela do Arará]. 'Não, eles não vão vir aqui'. Chegou às 3h de hoje. Não ia imaginar que íamos envolver 3.000 homens no Arará, que é uma comunidade pequena".
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