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Soldado da PM-SP é morta a tiros durante discussão por ciúme; marido é principal suspeito

A soldado Ana Amélia Panichi - Divulgação
A soldado Ana Amélia Panichi Imagem: Divulgação

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

11/12/2017 12h19Atualizada em 11/12/2017 12h26

Uma policial militar foi morta na noite deste domingo (10) durante uma discussão na casa em que morava com o marido, no Ipiranga, zona sul de São Paulo. Ela foi atingida por dois tiros no tórax. O marido, também soldado da Polícia Militar, é o principal suspeito do crime.

Segundo as investigações da Corregedoria da PM e da Polícia Civil, Ailton de Souza Lima, 30, e Ana Amélia Panichi, 33, teriam iniciado uma discussão por ciúme. Uma das hipóteses consideradas pela polícia é de que a mulher, armada, teria tentado agredir o marido, que revidou. A investigação cogita feminicídio ou legítima defesa do PM.

De acordo com a Polícia Civil, o casal estava de folga e o crime ocorreu por volta das 22h50. Lima trabalhava no mesmo batalhão que Panichi, a 2ª Companhia do 46º BPM, também no Ipiranga. Segundo policiais que trabalhavam com o casal, eles estavam juntos havia cerca de dois anos.

A filha de Ana Amélia, de 10 anos, de um relacionamento anterior, presenciou a discussão e o assassinato. Segundo um policial envolvido na investigação, a filha da vítima afirmou que Lima quebrou objetos de casa durante a discussão.

A mulher chegou a ser resgatada pelo Corpo de Bombeiros e levada ao hospital Heliópolis, também na zona sul, mas não resistiu aos ferimentos.

Após os disparos, o marido fugiu de casa. No fim da noite, no entanto, ele se apresentou ao Plantão de Polícia Judiciária Militar e prestou depoimento.

Segundo o TJM (Tribunal de Justiça Militar), o soldado foi recolhido ainda na noite de ontem e será transferido ao presídio militar Romão Gomes, a cadeia dos PMs do Estado de São Paulo, no Jardim Tremembé, zona norte da capital paulista.

Dois PMs, que foram ao IML Sul na manhã desta segunda-feira (11) e disseram ser amigos do casal, relataram à reportagem, sob anonimato, que nunca tinham visto discussões entre Lima e Panichi.

“É cedo para falar. A gente não sabe a motivação. Eram duas pessoas armadas e sob um alto índice de estresse. Não podemos julgar sem saber, mas é uma perda grande. Está todo mundo abalado. Sempre que morre um policial, seja como for, é uma perda como se fosse a de um familiar”, disse um dos colegas.

A polícia também investiga um áudio em que, supostamente, Lima confessa o crime a um outro policial do batalhão, via WhatsApp, e diz que “as brigas estavam constantes”, que “perdeu a cabeça”. Na sequência, ele “tomou a arma dela” e atirou.

A veracidade do áudio ainda está sob análise. A defesa do policial militar não foi localizada até a publicação desta reportagem.

Quem vai assumir a investigação criminal é o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). A Corregedoria da PM instaurou inquérito policial militar, que pode ocasionar em penalizações administrativas, como perda da função.

Procuradas, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou que "o soldado Ailton de Souza Lima foi preso em flagrante após matar a companheira, a soldado Ana Amélia Panichi, por volta de 23 horas deste domingo (10), na Rua Gomes Nogueira, Ipiranga, zona sul da capital. Ambos eram do 46º BPM/M. Ailton fugiu do local, mas posteriormente se entregou no Plantão de Polícia Judiciária Militar do 12ºBPMM, onde está sendo ouvido."