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Alckmin confirma reajuste na tarifa de transportes em 2018, mas não fala em valores

O governador Geraldo Alckmin durante evento do PSDB no início de dezembro - Pedro Ladeira/Folhapress
O governador Geraldo Alckmin durante evento do PSDB no início de dezembro Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

27/12/2017 15h13Atualizada em 27/12/2017 16h15

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência pelo PSDB, afirmou nesta quarta-feira (27) que haverá reajuste na tarifa de transportes coletivos estaduais em 2018, mas sem entrar em detalhes sobre valores. Atualmente, o preço da passagem de metrô e trens é de R$ 3,80.

"Já há um subsídio muito alto, [o aumento] será o mínimo necessário”, afirmou em entrevista no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

De acordo com Alckmin, o valor "é decidido pelas empresas do governo --Metrô, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), EMTU (Empresas Metropolitanas de Transportes Urbanos)-- junto com a prefeitura, porque você tem o Bilhete Único".

Na capital, o transporte coletivo estadual e o municipal são integrados, e o usuário consegue uma redução no valor total da passagem quando combina os dois numa mesma viagem, com créditos do Bilhete Único.

"É preciso lembrar que, no ano passado, o valor de R$ 3,80 não foi mudado. Nós vamos aí para dois anos sem reajuste", disse o tucano. O último aumento entrou em vigor em 9 de janeiro de 2016. A tarifa passou de R$ 3,50 para R$ 3,80 (reajuste de 8,57%).

Na terça-feira, o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, afirmou em entrevista que insumos como combustíveis e energia elétrica, o serviço de manutenção dos ônibus e o reajuste de salários de funcionários (mais de 18 mil no Metrô e na CPTM, de acordo com ele) estão entre os motivos para o aumento na tarifa.  

Em nota à redação do UOL, a Secretaria de Transportes Metropolitanos não respondeu sobre valores nem datas do reajuste e apenas afirmou: “O equilíbrio entre a sustentabilidade financeira do sistema metroferroviário e a qualidade do serviço prestado aos usuários é preocupação constante da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos. A política tarifária para 2018 ainda está em estudo.”

A Prefeitura de São Paulo já divulgou que irá aumentar a tarifa do serviço municipal, que hoje é de R$ 3,80, mas sem revelar valores.

O congelamento do valor da passagem no primeiro ano de governo foi uma das promessas de João Doria (PSDB-SP) na campanha eleitoral. Por isso, a prefeitura e o governo do Estado optaram por reajustar em 2017 somente o valor da integração entre ônibus e trens. O aumento chegou a ser barrado pela Justiça e só foi liberado no mês de abril.

Enquanto o valor unitário foi mantido em R$ 3,80, a combinação entre ônibus e trens passou de R$ 5,92 para R$ 6,80. O bilhete 24 horas comum passou de R$ 10 para R$ 15, e com integração, de R$ 16 para R$ 20. O bilhete mensal subiu de R$ 140 para R$ 190, e com integração, de R$ 260 para R$ 300.

Protestos de 2013

A partir de junho de 2013, o aumento na passagem de ônibus motivou uma série de protestos de rua em São Paulo, que se reproduziram pelo país.

Com a frase "não é só pelos 20 centavos", as manifestações que chegaram a reunir mais de 1 milhão de participantes ganharam tom político e tiveram efeito. Alckmin e o então prefeito Fernando Haddad (PT-SP) voltaram atrás na decisão sobre o reajuste e o valor foi mantido em R$ 3.

Já em 2017, quando Doria anunciou que iria aumentar o valor de parte dos serviços, a repercussão nas ruas foi bem menor.