Ginecologista é detido por suspeita de abusar sexualmente de pacientes em Goiás
Um médico ginecologista de 58 anos foi preso na manhã desta terça-feira (23) em Goiânia por suspeita de abusar sexualmente de ao menos três pacientes. De acordo com a Polícia Civil, os abusos teriam ocorrido durante as consultas médicas em dezembro do ano passado.
Segundo as investigações da equipe da DEAM (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), o médico Joaquim de Sousa Lima Neto é acusado de submeter as pacientes à prática de atos libidinosos durante exames de rotina. Em um dos casos, ele teria chegado a praticar sexo oral na paciente. O ginecologista trabalhou por 30 anos em um grande hospital na região central da cidade.
De acordo com a delegada Ana Elisa Gomes, titular da DEAM, o médico nega tudo. “Ele tenta desqualificar as vítimas, diz que os relatos são mentirosos e afirma que é extremamente ético durante os procedimentos, mas hoje, depois da prisão dele, outras três vítimas já estiveram na delegacia para denunciá-lo e já recebemos ligações de mais 18 possíveis vítimas, que devem vir até aqui nos próximos dias para registrar a queixa e fazer o reconhecimento do médico”, contou ela.
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Ainda segundo Ana Elisa, em todos os casos as vítimas dizem que ele praticava os abusos durante exames de rotina. E que elas, sem esperar por aquela atitude dele, ficavam sem reação, paralisadas. “Até por causa do constrangimento da situação toda algumas demoram para procurar ajuda”, completou.
O suspeito está detido na DEAM à disposição do Poder Judiciário e deve ser conduzido para triagem na Casa de Prisão Provisória até a próxima sexta-feira (26). Caso seja condenado, ele pode pegar até 6 anos de prisão por vítima.
Ainda segundo a polícia, em 2015, o médico já havia sido condenado por crime de violação sexual mediante fraude contra outras pacientes. Entretanto, a defesa dele recorreu da decisão e ele continuou exercendo sua função normalmente.
Em nota, o Cremego (Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás) informou que “cumprindo o seu dever legal de fiscalizar o exercício da medicina e zelar pelo respeito à ética médica e à dignidade da pessoa humana, irá apurar os fatos noticiados na imprensa nesta manhã, relativos à prisão do médico ginecologista suspeito de abusar sexualmente de pacientes”.
Ainda no comunicado, o Cremego informou que “dará celeridade à apuração de tais fatos em razão da gravidade do que já foi divulgado”. O Conselho aguarda a documentação para “tomar as providências cabíveis”, concluiu a nota.
Procurado, o advogado Simplício José de Sousa Filho, que defende o médico, disse que ainda está se inteirando da situação e que não tem conhecimento suficiente para falar sobre o caso.
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