Homem atropela e mata jovem no Acre e descobre que vítima era seu irmão
Uma trágica coincidência envolveu o atropelamento e a morte de um jovem de 21 anos na madrugada deste sábado (20) em Cruzeiro do Sul, no Acre. O motorista Geovane Nogueira de Holanda, 32, atropelou e matou o próprio irmão, Lailton Oliveira Aguiar, que havia se deitado na BR-364.
De acordo com o Boletim de Ocorrência a que o UOL teve acesso, o condutor se assustou com o acidente e, sem identificar o corpo, fugiu.
“No local, encontramos um corpo esfacelado no meio da BR. Isolamos o local e acionamos a perícia. Ao colhermos informações com populares, ficamos sabendo que a vítima desde cedo ingeria bebida alcoólica e, por volta das 22h, estava cambaleante e se jogando na frente dos veículos que passavam na via, gritando e riscando um terçado [serrote] no asfalto.”
Um homem disse que o rapaz só não foi atingido porque o puxou algumas vezes, mas parou de intervir ao ser atingido por um soco. Uma das testemunhas, José Tejanisson, 28, chegou a presenciar uma briga “envolvendo a vítima e outros indivíduos que queriam impor-lhe represália”. Já Ednaldo Silva de Morais, 43, ouviu o barulho do atropelamento “entre 3h30 e 4h da manhã e pensou se tratar de um cachorro”.
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Em choque após o atropelamento, o condutor procurou o primo, o soldado da PM Cleiton Holanda, e contou o que havia acontecido. Geovane Nogueira de Holanda havia saído de casa para buscar os filhos na casa da madrasta quando não conseguiu evitar o acidente, pois a rodovia estava coberta por neblina.
O primo oficial chegou ao local do acidente logo depois da polícia e informou às autoridades que o envolvido lhe contou sobre o fato de ter atropelado alguém que estava deitado na rodovia. “Ele se desesperou ao ver a situação do corpo que ele tinha passado por cima - e que poderia já estar morto”, contou Cleiton Holanda ao UOL. “O condutor ficou muito mal porque ele trabalha dirigindo. É muito experiente na profissão."
O soldado conta que a visualização da pista era tão baixa que ele mesmo quase passou por cima do corpo. “Havia muita neblina, a pista não tem iluminação pública, era só a luz do farol.” O corpo estava tão desfigurado que o PM mal reconheceu. “Meu pai, que mora perto e foi ao local, é quem percebeu. Ele notou o cabelo, a barba e a tatuagem que ele tinha no ombro. A gente ficou chocado também.”
De acordo com o soldado, o condutor, que é da cidade, mas mora na capital Rio Branco, tentava ajudar o irmão por parte de pai, “viciado em entorpecente”. “O motorista só ficou sabendo de quem se tratava quando eu cheguei na cidade e contei. Ele está em choque. Muito abalado, tomando calmantes.”
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