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Tiroteio na Cidade de Deus deixa 3 mortos, bloqueia Linha Amarela e leva pânico a motoristas

linha amarela - Reprodução/GloboNews - Reprodução/GloboNews
Caos na Linha Amarela provoca longo engarrafamento na região
Imagem: Reprodução/GloboNews

Do UOL, no Rio

31/01/2018 11h58Atualizada em 31/01/2018 16h32

Uma operação da Polícia Militar na manhã desta quarta-feira (31) na Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro, deixou ao menos três suspeitos mortos e levou ao bloqueio da Linha Amarela em razão dos tiroteios entre policiais e criminosos.

Motoristas que passavam pela via, que margeia a Cidade de Deus e liga a região ao bairro de Jacarepaguá e ao centro da cidade, chegaram a abandonar os carros para escapar dos tiros. Motoristas chegaram a voltar na contramão.

Protestos com barricadas de fogo e tiroteios entre policiais e criminosos fecharam por mais de uma vez o trânsito na avenida, uma das principais vias expressas da cidade. O trânsito foi liberado por volta das 13h.

A Polícia Militar informou que as manifestações ocorreram depois de confrontos na Cidade de Deus, onde agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) fizeram uma operação para reprimir o tráfico de drogas. Ao menos três suspeitos morreram durante tiroteio, de acordo com a PM.

Um terceiro homem foi morto em troca de tiros com policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do local. Segundo o comando das UPPs, o criminoso Rodolfo Pereira da Silva, conhecido como Rodolfinho, era o segundo bandido na hierarquia do tráfico na Cidade de Deus.

Segundo informações da Lamsa, concessionária que administra a Linha Amarela, a primeira interdição ocorreu por volta das 11h. Entre 11h e 12h, a via foi aberta e fechada em vários momentos. Às 12h50, as duas pistas foram liberadas para o trânsito.

Ainda de acordo com a PM, a ordem para que protestos fossem realizados na Linha Amarela partiu dos traficantes locais.

Nas redes sociais, moradores da favela reclamam da situação. "Bom dia, ou não, para quem acorda ao som de tiros", diz uma postagem na página CDD ao descrever a situação desta quarta pela manhã.

De acordo com os moradores, o motorista de um ônibus se assustou com o tiroteio e perdeu o controle da direção, batendo em um poste.

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá, disse hoje em entrevista que o Rio passa por um momento muito delicado e que situações como a que aconteceu na Linha Amarela são uma resposta do tráfico de drogas à ação da polícia.

"É lamentável mais uma vez perceber que uma via importante como a Linha Amarela foi fechada devido a uma situação de violência. Mas isso aconteceu em razão da polícia estar ali trabalhando para tentar evitar delitos contra a nossa sociedade", disse Sá.

Em entrevista à GloboNews, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, definiu o bloqueio da Linha Amarela em decorrência do tiroteio como um "fato grave e extremamente lamentável". O ministro, no entanto, ponderou que há um alarmismo por parte da imprensa ao apresentar a situação da segurança no Estado.

"É preciso fazer a denúncia, mas é preciso equilibrar um pouco as críticas. E mostrar que há resultados, ainda que pequenos, ainda que não sejam o que a gente espera", afirmou.

(Com Estadão Conteúdo)