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Policial civil atira em bancário e é morto por PM no interior de SP

Caso é investigado pela Delegacia de Investigações Gerais de São José do Rio Preto - Ferdinando Ramos/Folhapress
Caso é investigado pela Delegacia de Investigações Gerais de São José do Rio Preto Imagem: Ferdinando Ramos/Folhapress

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

07/02/2018 11h20Atualizada em 07/02/2018 11h20

Durante uma briga em um bar ocorrida na madrugada do último sábado (3), em São José do Rio Preto (430 km de São Paulo), um policial civil atirou na perna de um bancário, que estava acompanhado de um policial militar. O PM diz ter confundido o policial civil com um criminoso e atirou várias vezes contra ele, que morreu na hora.

De acordo com a Polícia Civil, o auxiliar de necropsia Eduardo Teixeira Moreno, 27, morava ao lado do bar. Cansado de ouvir o barulho das pessoas aos finais de semana, ele decidiu pegar sua moto, uma Honda Hornet, e acelerar para fazer barulho e atrapalhar quem estava no bar.

"Ele começou a acelerar, acelerar e acelerar. Para tirar sarro dele [do policial civil], o pessoal começou a bater palma. E aí começou a confusão", explica o delegado plantonista da delegacia seccional da cidade Jairo Garcia Pereira. Foi ele quem registrou o boletim de ocorrência.

Na sequência, pessoas que estavam no bar teriam ido em direção ao policial --sem saber que ele era policial. Um bancário, de 48 anos, atirou uma cadeira de plástico contra ele, mas não o atingiu. Contrariado, o policial civil sacou uma arma e atirou duas vezes. O primeiro tiro atingiu o chão. O segundo, a perna do bancário.

"O problema é que o bancário estava acompanhado de um policial militar, que sacou a arma e efetuou diversos disparos contra o policial civil, que veio a óbito", contou o delegado. O PM é o cabo Luis Carlos Fragoso, 52. Preso em flagrante pelo crime de homicídio simples, ele foi solto pela Justiça no dia seguinte por não ter antecedentes, ter profissão e residência fixa. Ele responde ao caso em liberdade.

"A ocorrência foi apresentada e ele foi preso em flagrante. A Polícia Civil vai investigar as circunstâncias para saber se pode falar em legítima defesa ou não. Estão aguardando os laudos", disse o delegado Pereira.

"É uma coisa chata. Um PM atirando num policial civil, um policial civil atirando num bancário. A gente fica chateado quando as coisas caminham para esse lado", complementou.

Em um áudio, que também é investigado pela Polícia Civil, um suposto PM fez críticas duras à delegacia da cidade e aos policias civis, descontente com a detenção do cabo Fragoso.

"Provavelmente, foi um praça, pelo linguajar. Mas não tivemos nenhum problema com a PM no dia da ocorrência. A PM apresentou o policial militar com as armas, sem nenhum problema", disse o delegado.

A reportagem tentou contactar o PM Fragoso por telefone e por meio da assessoria de imprensa da SSP (Secretaria da Segurança Pública), mas não conseguiu localizá-lo.

A Polícia Militar informou que está acompanhando o caso e que o policial envolvido na ocorrência está em trabalhos administrativos. Em nota, a SSP pontuou que "não compactua com desvios de conduta de seus policiais e apura com rigor todas as ocorrências, promovendo a punição daqueles que cometem qualquer irregularidade, por meio da Corregedoria das Instituições."