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Carro que teria sido usado no assassinato de Marielle é apreendido em Minas

Disque Denúncia Marielle - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

18/03/2018 14h11Atualizada em 18/03/2018 22h22

A Polícia Civil de Minas Gerais apreendeu na madrugada deste domingo (18) um carro que pode ter isso usado por criminosos no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), 38, e seu motorista, Andreson Gomes, 39, no Rio de Janeiro, na noite de última quarta-feira (14). O veículo foi aprendido no município de Ubá (290km  do Rio de Janeiro), na Zona da Mata mineira.

De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil mineira, “tudo leva a crer” que seja um dos carros utilizados no crime, mas a confirmação depende da realização de uma perícia a ser feita por policiais civis do Rio de Janeiro que estão em Ubá.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a polícia descartou o envolvimento do dono do carro no crime, mas ainda não descarta a possibilidade de o carro ter sido usado na morte de Marielle.

Marielle e Anderson foram assassinados dentro do carro em que seguiam no bairro do Estácio, no centro do Rio, depois de a vereadora participar de um debate com mulheres negras no bairro da Lapa, também na região central. Ao menos dois veículos teriam perseguido o carro em que a vereadora trafegava, segundo a polícia.

Os criminosos dispararam pelo menos nove tiros. Quatro disparos atingiram a vereadora na cabeça. Nada foi roubado. A principal linha de investigação da polícia é de crime premeditado.

Uma assessora de Marielle também estava no carro, mas foi atingida apenas por estilhaços. Ela prestou depoimento à polícia na última quinta (15). Como é testemunha do crime e poderia ficar sob risco, ela deixou o Rio.

Renault Logan apreendido em Ubá (MG). Carro pode ter sido usado no assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio - Reprodução/WebTVMinas - Reprodução/WebTVMinas
Renault Logan apreendido em Ubá (MG)
Imagem: Reprodução/WebTVMinas

Novas Imagens de câmeras de segurança foram divulgadas no sábado. Nelas, dois carros de cor prata passam menos de cinco segundos depois do carro branco de Marielle.

Na sexta (16), foram reveladas imagens que mostram Marielle, Gomes e a assessora entrando no carro após o evento na Lapa. A vereadora é a última a entrar no carro, no banco de trás, pela porta da direita.

As imagens ainda mostram que assim que o carro em que Marielle partiu, um veículo que estava estacionado logo atrás começou a sair da vaga. Antes, ele ainda deu seta e deixou outro carro passar. Esse veículo pode ser o segundo envolvido.

O carro de Marielle circulou por cerca de quatro quilômetros até o momento do atentado, no Estácio, também região central. Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça e morreu no local.

Munição usada em crime era da PF

A polícia também já sabe que a munição encontrada no local do crime era de do lote UZZ-18 vendido para a Polícia Federal em 2006. Segundo o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, esse lote foi desviado “anos atrás” nos Correios da Paraíba. Também neste sábado, os Correios informaram desconhecer o desvio. A PF investiga o caso.

Balas de calibre 9 mm do memso lote UZZ-18 foram utilizadas no caso conhecido como a maior chacina de São Paulo –quando 23 pessoas foram mortas nos dias 8 e 13 de agosto de 2015 nas cidades de Osasco, Barueri, Itapevi e Carapicuíba, na Grande São Paulo.

Pistas sobre o assassinato

O Disque Denúncia informa que já recebeu 27 denúncias sobre o caso e encaminhou tudo para a polícia. O anonimato é garantido. Quem tiver qualquer informação a respeito da identificação e localização dos assassinos, pode usar os seguintes canais para denunciar:

  • Whatsapp ou Telegram: (21) 98849-6099
  • Central de Atendimento do Disque Denúncia: (21) 2253-1177

Crítica da violência policial e da intervenção federal

Marielle tinha 38 anos e estava em seu primeiro mandato como vereadora -- foi a quinta mais votada na eleição municipal de 2016. Antes, havia trabalhado como assessora do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).

Cria da favela da Maré e feminista, ela era formada em Sociologia e crítica da intervenção federal na segurança pública do Rio.

Há duas semanas, Marielle havia assumido o cargo de relatora da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a atuação das tropas militares na intervenção federal. Ela também vinha denunciando casos de violência policial contra moradores de favelas do Rio.