Pezão anuncia mais 1.000 policiais por dia nas ruas do Rio, mas não dá prazo para início
O governador Luiz Fernando Pezão (MDB) afirmou na manhã desta quinta-feira (26) que os recursos financeiros para contratar policiais durante os horários de folga (bico oficial) estão disponíveis. Com a verba, a intervenção federal pretende colocar entre 1.000 e 1.200 policiais nas ruas por dia – o que representaria um aumento de quase 10% no efetivo diário.
O programa que remunera policiais por trabalhar nas horas de folga é chamado no Rio de Janeiro de RAS (Regime Adicional de Serviço). Ele é uma medida emergencial usada por governadores para aumentar o efetivo das polícias sem ter que contratar novos policiais.
“O RAS está retomado, no que vocês precisarem nós vamos honrar”, disse Pezão ao interventor federal Walter Braga Neto e à sua equipe em um evento público para entrega de novos carros de polícia na manhã desta quinta no Rio.
O governador não disse, porém, quando o reforço no efetivo vai começar. “Houve mudança no comando da PM, o novo comandante está vendo as áreas, as manchas criminais [regiões com maior incidência de crimes no estado], onde precisam ser colocados esses homens e ver quem [entre os policiais] se disponibiliza a, de novo, fazer o RAS”, disse Pezão.
Ele disse ainda que haverá contratações de novos policiais, mas isso será limitado à reposição de agentes que saíram após a assinatura do Plano de Recuperação Fiscal em setembro do ano passado. Esse plano deve ajudar o Rio de Janeiro a pagar dívidas com a União nos próximos três anos.
A Polícia Militar tem um efetivo aproximado de 44 mil policiais. Estima-se que cerca de 1.800 policiais deixem a corporação anualmente, por diversos motivos. Segundo a intervenção federal, devido a escalas de trabalho em média um terço do efetivo total está nas ruas diariamente.
De acordo com Pezão, o reforço no patrulhamento diário dará tempo aos interventores para reestruturar os quadros da PM. Esse esforço deve envolver a revisão de cerca de 8.000 licenças médicas (em busca de eventuais fraudes ou para trazer de volta policiais que podem fazer ao menos atividades administrativas), chamada de cerca de 1.000 policiais que já passaram em concurso público e dissolução de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).
No mesmo evento, o major Ivan Blaz, porta-voz da PM do Rio, anunciou um reforço de ao menos 120 policiais para três batalhões da PM em Rocha Miranda (zona norte), Mesquita (zona oeste) e São Gonçalo (região metropolitana). Esses policiais foram remanejados de UPPs.
Carros de polícia
O governador e o interventor federal entregaram 265 carros Ford Ka para a Polícia Militar durante o evento. Segundo Blaz, os carros devem reforçar a frota de cerca de 2.500 veículos da polícia que circulam diariamente pela cidade. Eles serão concentrados no patrulhamento de vias expressas, zona oeste da capital e baixada fluminense.
Questionado se os novos carros vão ter combustível e manutenção adequada, Pezão disse que o estado possui um contrato de manutenção em vigor desde o ano passado para tentar evitar que os novos carros se deteriorem.
Contudo, policiais militares ouvidos anonimamente pela reportagem disseram que a manutenção não tem sido satisfatória.
“Quando chove a gente tem que parar esse carro aqui embaixo de uma ponte ou cobertura, por que entra água dentro. Aquele outro ali nem fecha a janela”, disse um policial ouvido pelo UOL no centro do Rio.
“Esse carro aqui fica parado o tempo todo, ele não tem condições de ser usado em uma perseguição, por exemplo”, disse outro policial.
Os interventores dizem porém que a reposição de materiais e a compra de peças de carros e equipamentos para a polícia é um dos principais focos da reestruturação em andamento no estado.
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