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Prefeitura de SP mantém suspensão de rodízio e redução na frota de ônibus nesta 6ª

Danilo Verpa/Folhapress
Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Ana Carla Bermúdez, Paula Bianchi e Aliny Gama

Do UOL, em São Paulo e no Rio, e colaboração para o UOL, em Maceió

24/05/2018 22h33Atualizada em 24/05/2018 23h23

Mesmo após o anúncio do governo federal de que foi fechado um acordo para suspender a greve dos caminhoneiros por 15 dias, a Prefeitura de São Paulo informou na noite desta quinta (24) que a cidade permanecerá com uma série de medidas de contingência nos serviços públicos nesta sexta (25) –entre eles, a suspensão do rodízio, da coleta de lixo e a redução na frota de ônibus.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, é preciso aguardar o desbloqueio das estradas e a consequente chegada dos combustíveis até as bombas para que os ônibus possam ser abastecidos. Por isso, ainda não é possível saber se haverá alteração na previsão de circulação de ônibus na manhã desta sexta --segundo a SPTrans (São Paulo Transportes), a falta de combustíveis pode afetar a circulação de cerca de 50% da frota de ônibus da capital paulista.

Ainda de acordo com a prefeitura, é possível que haja ajustes na frota ao longo da manhã, após um eventual abastecimento de parte dos ônibus da capital paulista.

Durante o início da manhã desta quinta, as empresas conseguiram circular com até 97% da frota programada, segundo o órgão da prefeitura, porque abasteceram seus veículos por meios alternativos ou se utilizaram do estoque que ainda dispunham. Já a frota de trólebus está 100% operacional.

Nesta quinta, no período de pico da tarde, a partir das 16h30, as empresas conseguiram manter 85% da frota prevista circulando, segundo a prefeitura.

Já no período de entrepico, a SPTrans autorizou as empresas de ônibus a reduzir em até 40% a frota em operação no horário. Neste período, devido a um acordo entre Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos, CPTM e Metrô, as redes metroviárias irão manter 100% de operação de suas frotas para compensar a ausência de parte dos ônibus.

O serviço de coleta de lixo também será afetado nesta sexta. A coleta de resíduos domiciliares (lixo comum e reciclável) está suspensa, e a orientação da prefeitura é para que o lixo não seja colocado nas ruas até que seja retomada a operação dos caminhões. Segundo a prefeitura, serviços críticos como “limpeza de pós feiras, recolhimento de animais mortos e coleta de resíduos hospitalares” serão executados normalmente.

De acordo com a prefeitura, todas as unidades de saúde estão funcionando normalmente e as ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) estão abastecidas. Na rede municipal de educação, as aulas estão mantidas nesta sexta.

Serviço é afetado no Rio

A cidade do Rio de Janeiro chegou ao fim desta quinta com 57% da frota de ônibus circulando. No Estado, a Fetranspor estima que a paralisação atingiu entre 30% e 40% dos coletivos. Para esta sexta, a previsão é que o número caia ainda mais. Não há, no entanto, uma estimativa de quantos ônibus devem deixar de circular.

De acordo com a Fetranspor, o abastecimento vem sendo feito de forma emergencial em postos de gasolina, mas a oferta de óleo diesel é cada vez menor. As empresas também estão utilizando o combustível armazenado em veículos da reserva técnica ou que estão em manutenção preventiva.

O BRT montou uma operação especial para atender os passageiros durante a madrugada. De meia noite às 4h vão circular, em caráter excepcional, com saída de hora em hora, as linhas Alvorada - Santa Cruz, Alvorada - Madureira, Recreio - Vila Militar e Jardim Oceânico - Centro Olímpico.

Ainda não foi informado, no entanto, o número de coletivos que irão sair às ruas nesta sexta (25) -- nesta quinta, 50% da frota permaneceu na garagem.

A SuperVia, que administra o transporte ferroviário urbano do Rio, informou que aumentou o número de composições circulando. O MetrôRio também se dispôs a estender a operação de horário de pico até mais tarde nesta sexta. A CCR Barcas anunciou que o serviço de travessia entre Niterói e o Rio de Janeiro estará suspenso no fim de semana. As linhas Charitas, Paquetá e Cocotá tiveram parte das viagens cancelas.

De acordo com a rodoviária Novo Rio, algumas viagens podem sofrer alterações nos horários. A recomendação é de que o passageiro entre em contato com as empresas de ônibus antes de se direcionar à rodoviária. Até o momento, não há registro de viagens canceladas.

Outras cidades afetadas

A frota de ônibus em Belém e região metropolitana não foi afetada pela greve dos caminhoneiros. Segundo o Setransbel (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém), o diesel usado nos ônibus é abastecido por navio, e não há interdição a via para o transporte terrestre até os reservatórios. 

Já no interior do Estado, no município de Castanhal (nordeste do Pará), os carros oficiais da prefeitura estão sem combustível porque os postos credenciados para abastecer os veículos estão desabastecidos. As ambulâncias estão paradas e não há como fazer socorro de pacientes graves para outros municípios. 

Em Palmas, apenas 5% da frota será retirada de circulação nesta sexta-feira. Até agora, os ônibus circularam normalmente. O Seturb (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo), informou que dez coletivos dos 190 que fazem o transporte público na capital não sairão das garagens. O Seturb informou ainda que as empresas têm combustível até o fim de semana para manter a frota em circulação.

A prefeitura de Palmas determinou que a frota de ônibus deverá mantida em sua totalidade nos horários de pico e ônibus deverão sair dos terminais de dez em dez minutos para não prejudicar os passageiros.

Em Macapá, a frota de ônibus sofrerá redução em 30% a partir desta sexta-feira. A medida tomada ocorrerá para garantir o transporte coletivo até o fim da greve dos caminhoneiros. 

Uma reunião entre a CTMac (Companhia de Trânsito e Transportes de Macapá) e o Setap (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Amapá), ocorrida nesta quinta-feira, decidiu a redução da frota, mas que em horários de pico as linhas de maior fluxo -- das 6h às 8h, 12h às 14h e 18h às 20h -- terão veículos priorizados. As linhas que têm o maior número de passageiros passam pelos bairros das zonas Norte, Sul e Oeste. A medida valerá até a próxima terça-feira (29).

Em Manaus, as linhas de ônibus começam a ser afetadas por falta de combustível nesta sexta-feira. Segundo o Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas) as empresas estão fazendo as contas dos estoques para informar a quantidade de veículos que circularão amanhã. Entretanto, o sindicato avisou que no sábado (26) o transporte será suspenso. A SMTU (Superintendência Municipal de Transportes Urbanos) não informou se determinará a quantidade mínima do serviço para que usuários não fiquem sem transporte.

A greve dos caminhoneiros também afetou o abastecimento nos postos de combustíveis e empresas de ônibus do Nordeste já operam com frota reduzida, nesta quinta-feira (24). Em Recife, João Pessoa, Natal, Aracaju as prefeituras já autorizaram a redução das frotas depois que as empresas informaram que estão com dificuldade de manter todos os ônibus nas ruas por conta da falta de combustível. Maceió e São Luís informaram redução de frota a partir desta sexta.

Em Recife e região metropolitana, a Urbana (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco) informou que tem estoque de combustível até domingo (27). Na quinta, o Grande Recife Consórcio de Transporte informou que as empresas rodoviárias estão autorizadas a reduzir a frota em 50%. A redução poderá ocorrer fora do horário de pico, das 8h às 17h.

Em João Pessoa, a frota de ônibus operou até a manhã de quinta com redução de 25% e em Campina Grande, maior cidade do interior da Paraíba, a redução foi de 40%. A Semob (Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana) autorizou que as empresas a capital circulem com a redução de 25% da frota, como ocorre aos sábados.

Já A STTP (Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos) autorizou que em Campina Grande as empresas diminuam em 40%. “Estamos em colapso de abastecimento de óleo diesel para o transporte público. No entanto vamos, como medida para racionalizar a operação, diminuir a frota, visto que já temos casos de ônibus sem combustível”, diz a nota.

Em Natal, a STTU informou que todas as empresas estão autorizadas a operar com 40% da frota a partir desta sexta-feira (25).

A falta de combustível ainda não afetou o transporte público em Salvador. Os ônibus circulam normalmente nesta quinta, segundo a Semob (Secretaria de Mobilidade de Salvador). O secretário de mobilidade urbana, Fábio Mota, afirmou que as empresas confirmaram que há combustível suficiente para manter a frota circulando normalmente até o próximo domingo (27).