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SP terá 60% dos ônibus e horário estendido no metrô; no Rio, transporte volta ao normal

Hélvio Romero/Estadão Conteúdo
Imagem: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo e no Rio

28/05/2018 20h26Atualizada em 28/05/2018 20h31

São Paulo deve ter nesta terça-feira (29) mais um dia de redução na frota de ônibus, em decorrência da falta de combustível provocada pela greve dos caminhoneiros. Em função da redução no número de ônibus, as linhas do Metrô de São Paulo e da CPTM (Companhia de Trens Metropolitanos) terão o horário de funcionamento estendido. Já no Rio, o governo estadual afirma que as linhas de ônibus estarão normalizadas nesta terça-feira. 

As capitais de São Paulo e do Rio de Janeiro terão as escolas municipais funcionando normalmente nesta terça-feira (29). Ambos os governos garantiram que haverá distribuição de merenda escolar, apesar da crise de abastecimento, provocada pela paralisação dos caminhoneiros.

São Paulo

Segundo a SPTrans, autarquia municipal que administra o transporte de ônibus na cidade, os ônibus vão operar com 60% a 70% da frota por todo o dia.

Nesta segunda, no horário de entrepico, a SPtrans autorizou as empresas de ônibus a rodar com 60% dos veículos para garantir o atendimento no fim da tarde e noite. No período de pico da tarde, a partir das 16h30, as empresas conseguiram manter 63% da frota prevista circulando.

A partir desta terça as empresas de ônibus ficam autorizadas a operarem as linhas noturnas a partir das 00h com 50% da frota, dobrando o período dos intervalos.

Nesta segunda, o prefeito Bruno Covas (PSDB) descartou feriado e garantiu a circulação de ônibus --ainda que com restrição -- até amanhã.

No caso do diesel para a circulação de ônibus, Covas disse que há combustível para a circulação ao menos até terça (29) e afirmou que a prefeitura "está buscando combustível para quarta-feira [30]".

O rodízio de veículos continuará suspenso por toda semana. A medida vem sendo adotada desde a última quinta-feira. Apesar disso, a média de trânsito na cidade está muito abaixo do normal para o horário.

Também foi autorizada a circulação irrestrita de caminhões pela cidade de São Paulo durante toda a semana.

Às 19h, foram registrados apenas 8 km de lentidão nas vias monitoradas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). A média para o horário é de 61 km a 89 km.

Linhas do Metrô e da CPTM (Companhia de Trens Metropolitanos) funcionarão em horário estendido nesta terça, (29), e quarta (30), para facilitar o deslocamento de moradores de São Paulo durante a greve dos caminhoneiros. 

Segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, o Metrô, a CPTM e a ViaQuatro, concessionária da Linha 4-Amarela, funcionarão das 4h a 1h nestes dois dias. Na madrugada desta segunda-feira para terça, as estações já passarão a ficar abertas até a 1h. Normalmente, as linhas funcionam entre 4h40 e 0h30.

A exceção é a linha 13-Jade da CPTM, que continua funcionando em operação assistida, das 10h às 15 horas. Desde quinta, a CPTM e o Metrô operam com 100% da frota de trens até mesmo nos horários entre picos.

As aulas nas escolas municipais foram mantidas para esta terça. Segundo a prefeitura, a oferta de merenda está garantida, com cardápio adaptado de acordo com o estoque de cada unidade.

A USP (Universidade de São Paulo) suspendeu as atividades dos cursos de graduação até a quarta-feira (30) por causa do desabastecimento de combustíveis e cada unidade irá decidir se cancela ou não as atividades de pós-graduação e extensão nesse período.

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) suspendeu também todas as atividades acadêmicas até quarta, por causa da greve. Os serviços de saúde estão mantidos, mas a instituição orienta a população a buscar atendimento nas unidades de saúde da Unicamp somente em situações de emergência. 

A Unesp, também estadual, sugeriu aos coordenadores dos seus centros suspendam as atividades de ensino de graduação, "respeitando as especificidades de cada unidade", até a próxima quarta-feira.

Rio de Janeiro

O gabinete de crise montado pela Prefeitura do Rio informou que as escolas da rede municipal e o sistema de transporte público funcionarão normalmente nesta terça-feira (29). Na segunda (28), colégios e creches não abriram depois que a prefeitura decretou a suspensão das atividades. Já os ônibus circularam com apenas 40% da frota.

De acordo com a Secretaria da Casa Civil, as linhas regulares e os corredores expressos do BRT devem operar com 100% da frota já na manhã desta terça.

A Rio Ônibus, entidade que reúne as empresas do setor, afirmou ter executado um plano emergencial para suprir a demanda de combustível. Com as escoltas disponibilizadas pelos órgãos de segurança pública em ação coordenada pelo comando da intervenção federal, os caminhões de abastecimento --com aproximadamente 1 milhão de litros de combustível-- conseguiram chegar às garagens das companhias. A Secretaria de Segurança informou que, até 19 de segunda, 257 escolas haviam sido realizadas.

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), chegou a considerar a possibilidade de decretar ponto facultativo nesta terça em função da escassez no estoque de merenda escolar. A situação, no entanto, foi contornada ao longo desta segunda. A rede municipal de ensino possui cerca de 1.537 unidades e 650 mil alunos.

A Casa Civil informou ainda que os hospitais municipais possuem os insumos necessários para atender emergências e o serviço de coleta de lixo da Comlurb também seguirá sendo feito, sem interrupção.

Na saúde, a prefeitura adotou um plano de contingência para "racionalizar o uso dos recursos disponíveis". "Os cilindros de gases medicinais estão abastecidos e garantidos pelos próximos dias, assim como os tanques de boa parte das ambulâncias e veículos de serviços essenciais", segundo nota do governo. A prioridade nos hospitais é para o atendimento de emergência. Cirurgias eletivas, por exemplo, foram suspensas.

Há, contudo, uma preocupação com o abastecimento de hemoderivados, uma vez que, com as dificuldades de locomoção na cidade, poucas pessoas têm comparecido ao Hemorio (principal banco de sangue da rede pública). O órgão tem divulgado uma campanha na qual pede que a população doe sangue.

A Comlurb informou que a prestação dos serviços de coleta de lixo e de limpeza urbana não foram afetados pela greve dos caminhoneiros.