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Família de advogada morta no PR pede acesso a imagens de câmeras de segurança de prédio

Felipe Manvailer é suspeito de matar a mulher, Tatiane Spitzner, no PR - Reprodução/Facebook
Felipe Manvailer é suspeito de matar a mulher, Tatiane Spitzner, no PR Imagem: Reprodução/Facebook

Rafael Pezzo

Colaboração para o UOL

01/08/2018 20h01

Os advogados da família de Tatiane Spitzner, morta em 22 de julho após cair do quarto andar do prédio onde morava com o marido, Luis Felipe Manvailer, pedem que as imagens das câmeras de segurança do condomínio sejam divulgadas. As gravações, que mostram Manvailer agredindo a mulher, segundo o delegado responsável pelo caso, ainda estão sendo analisadas pelo Ministério Público e a defesa não teve acesso a elas. 

Em nota enviada ao ​UOL pela assessoria de imprensa da família Spitzner, o advogado Gustavo Scandelari informou que os vídeos mostrariam a tentativa da mulher de fugir do marido, indiciado nesta terça-feira (31) por homicídio, e descartariam a hipótese de suicídio. "As gravações, somadas ao comportamento do preso logo após o fato, aos depoimentos, ao laudo, às conversas de Tatiane com sua amiga e outros elementos descartam completamente a versão de que teria sido suicídio, tornando sólido o seu indiciamento pela Polícia", afirma.

"Os vídeos constituem provas fundamentais para a elucidação do caso e, por isso, são de interesse da sociedade, já que o suspeito poderá ser julgado pelo povo. A investigação não corre sob sigilo e todos os processos são públicos, via de regra", completou Scandelari.

Nesta terça-feira (31), os advogados da família da vítima enviaram uma petição pública com conversas de WhatsApp trocadas pela vítima e uma amiga, pedindo que elas sejam anexadas à investigação. Nas mensagens, Tatiane diz ter medo do marido e que ele teria "um ódio mortal" dela. 

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Nas conversas, a advogada conta que não estava nem conversando com Manvailer e que não conseguia bloquear o número dele. Após a amiga pedir que ela mandasse o homem embora, a vítima disse que estava com medo.

Em outra parte, a advogada escreve: "[...] Achando e me humilhando sem eu ter feito nada, que estou na minha, se vou sair de casa ou não ainda não decidi, só quero ficar quieta... daí começou a falar, e eu não tinha terminado, me mandou calar a boa pq (sic) ele queria falar... Ergui a voz, perguntei quem ele pensava que era pra me mandar calar a boca, que não é ninguém melhor do que eu e não tem esse poder sobre mim."

Além das conversas, também foram incluídas sete publicações de Manvailer em seu perfil no Facebook com conteúdo machista e violento, registradas entre os meses de junho de 2011 e 2014. Em uma delas, o acusado escreve: "Indo estrangular e qbrar (sic) uns braços". Já em outra publicação, Acima, o preso diz: "3 gordinhos 'seguranças' pra me tirar do empório... fala sério, bando de arregão!"

Os conteúdos apresentados fazem parte do pedido de manutenção da prisão preventiva de Luis Felipe Manvailer. De acordo com a defesa, “a hipótese da liberdade [do acusado] durante as investigações ou a colheita judicial da prova gera temor em familiares de Tatiane e possivelmente em testemunhas do caso".

Ainda segundo os advogados, as mensagens apresentadas devem ser levadas em consideração pela Justiça caso haja o pedido da revogação da prisão ou substituição da pena de Manvailer.

Após a inclusão das mensagens, a defesa do preso entrou com uma petição para que elas sejam impugnadas, já que estariam "fora de contexto" e que. "O conteúdo só terá valor jurídico após o celular de onde supostamente as mensagens foram extraídas passar por uma perícia", dizem os advogados. A defesa também pediu que tanto as conversas como as imagens das câmeras de segurança do prédio sejam mantidas em sigilo.