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Presidente do Paraguai decide expulsar traficante Marcelo Piloto do país

Marcelo Piloto é suspeito de abastecer favelas cariocas com drogas, armas e munições - Foto: Divulgação/Polícia do Paraguai
Marcelo Piloto é suspeito de abastecer favelas cariocas com drogas, armas e munições Imagem: Foto: Divulgação/Polícia do Paraguai

Do UOL, no Rio

19/11/2018 09h00Atualizada em 19/11/2018 13h00

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, afirmou por meio de sua conta no Twitter que decidiu “expulsar” do país Marcelo Fernando Pinheiro da Veiga, o Marcelo Piloto, apontado como um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho. Piloto chegou nesta segunda-feira (19) a Foz do Iguaçu (PR) e está sob custódia da Polícia Federal.

“Que o nosso país não seja terra de impunidade para ninguém”, afirmou em mensagem no Twitter.

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No último sábado (17), Piloto matou uma mulher dentro do presídio paraguaio onde aguardava desde 2017 o desfecho de um processo de extradição para o Brasil. 

Segundo o jornal paraguaio ABC Color, ele deixou o Paraguai em uma aeronave do Grupo Aerotático da Força Aérea do Paraguai, no começo da manhã desta segunda. A extradição do brasileiro foi cercada de sigilo e envolveu três barcos de patrulha das Fope (Forças Operacionais Especiais de Polícia).

De acordo com o jornal, Piloto assassinou a facadas uma mulher de 18 anos que o visitou em sua cela em uma suposta tentativa de evitar a extradição para o Brasil.

Nos anos 1990, ele foi condenado a 26 anos de prisão por homicídio pela Justiça brasileira. A extradição havia sido autorizada pela Justiça do Paraguai em setembro, após pedido da Seseg (Secretaria da Segurança Pública do Rio de Janeiro).

De acordo com o órgão, Piloto era "o maior fornecedor de armas, munições e explosivos do Comando Vermelho".

Prisão no Paraguai em 2017

O traficante brasileiro foi preso na cidade de Encarnación, no Paraguai, em 13 de dezembro 2017, após a descoberta que estava usando documentos falsos. Além da morte da jovem Lídia, ele também é acusado de cometer ao menos um homicídio no país vizinho.

Vivia escondido há anos no país após fugir do Rio em 2012. Foi detido na cidade de Encarnación, situada a cerca de 360 km da capital Assunção.

A operação de captura contou com a colaboração da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai), da DEA (Agência Antidrogas Americana), da Polícia Nacional do Paraguai, da Seseg do Rio e da PF brasileira.

Piloto possui extensa ficha criminal no Brasil, que inclui acusações de homicídio, tráfico e associação para o tráfico de drogas, latrocínio e roubos. Contra ele havia ao menos 20 mandados de prisão no país.

De acordo com o Portal dos Procurados, ele fez parte do grupo criminoso que protagonizou o resgate de Diogo de Souza Feitoza, o DG, em 2012. Na ocasião, um bando de dez homens fortemente armados invadiu a 25ª Delegacia de Polícia, no Engenho Novo, na zona norte do Rio, para retirar o suspeito do local.

Além de chefiar as bocas de fumo na região de Manguinhos, Piloto também já foi investigado por envolvimento em um esquema de compra ilegal de unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida. Em 2012, ele deixou a favela na zona norte do Rio e fugiu para o Paraguai, após a implantação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no local.

Ainda segundo o Portal dos Procurados, Piloto, também conhecido como Celo, fugiu pela primeira em vez no ano de 2007 seis dias após ganhar da Justiça o benefício do regime semiaberto pela condenação por homicídio. Ele escapou do Instituto Penal Edgard Costa, em Niterói, na região metropolitana. Desde então, era considerado foragido.

Antes de sua extradição, a Polícia Nacional do Paraguai havia descoberto e frustrado ao menos seis planos de fuga de Marcelo Piloto.