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Doria promete privatizar Campo de Marte e transformá-lo em espaço de lazer

10.jan.2019 - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em Brasília - Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo
10.jan.2019 - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em Brasília Imagem: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

10/01/2019 17h08Atualizada em 10/01/2019 17h33

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prometeu nesta quinta-feira (10) que irá desativar o aeroporto Campo de Marte, na zona norte da capital paulista, para transformá-lo em um espaço de lazer administrado pelo setor privado.

Segundo Doria, a quantidade de acidentes na região do Campo de Marte indica que "ele não é mais local para funcionamento de aeroporto". O local não opera voos comerciais, apenas particulares.

O anúncio foi feito pelo governador em entrevista concedida a jornalistas após participar de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), em Brasília. Ao lado dele, estavam a deputada federal eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) e o secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles (MDB).

Doria disse ter apresentado a ideia a Bolsonaro. Hoje, o aeroporto Campo de Marte é de responsabilidade da Infraero, empresa pública federal que administra os principais aeroportos do país.

"Não faz o menor sentido que ali funcione pousos e decolagens de aeronaves. Vocês são testemunhas dos acidentes que já aconteceram ali, fatalizando vidas não só de pilotos, copilotos e passageiros, mas também de habitantes da região norte da cidade com a queda de aviões nesta área", disse Doria aos jornalistas.

O governador se referiu a um acidente que aconteceu em novembro do ano passado, quando uma aeronave de pequeno porte caiu sobre duas casas próximas ao aeroporto. O acidente deixou pelo menos dois mortos (o piloto do avião e seu copiloto) e treze feridos, segundo o Corpo de Bombeiros.

Doria afirmou ainda que um projeto para a transformação do espaço onde funciona o aeroporto inclui um museu aeroespacial e um colégio militar.

"Todas as instalações aeronáuticas serão preservadas", prometeu. "A própria pista do Campo de Marte não precisa ser destruída. Ela será utilizada para [a instalação de] quadras poliesportivas", disse.

"Assim, São Paulo ganhará na região norte um amplo espaço de lazer para a população administrado pelo setor privado", completou.

Segundo a Infraero, o aeroporto Campo de Marte recebeu 65.996 pousos e decolagens de janeiro a novembro do ano passado e registrou cinco acidentes nos últimos três anos, sendo um em 2016 e dois em 2018.

Sobre a fala de Doria, a Infraero informou apenas que "segue as diretrizes do Governo Federal".