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Irmãos morrem com diferença de um minuto em hospital no Rio Grande do Sul

Anna Piacentini Malvessi, 87, morreu um minuto depois do irmão - Arquivo pessoal
Anna Piacentini Malvessi, 87, morreu um minuto depois do irmão Imagem: Arquivo pessoal

Ely Grion

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/04/2019 21h24

Dois irmãos do município de Garibaldi, no Rio Grande do Sul, morreram com a diferença de um minuto no mesmo hospital, em Caxias do Sul, onde estavam internados. O caso aconteceu na madrugada de ontem.

De acordo com o Hospital Unimed, José Piacentini, 73, e Anna Piacentini Malvessi, 87, morreram de causas diferentes às 4h29 e 4h30, respectivamente. Ela estava internada desde o dia 21 de março e, segundo os registros médicos, sofreu uma hemorragia intracraniana, ocasionada por uma queda em casa. Já o irmão tinha um câncer no pulmão e deu entrada no hospital na segunda-feira (1º).

Ao UOL, Jean Piacentini, filho de José, disse que seu pai e sua tia tinham um carinho muito grande entre eles e com os demais irmãos, três mulheres e quatro homens (dois já falecidos).

"Meu pai merece essa homenagem, pois poucos homens são tão honestos e bondosos quanto ele foi. Nunca mediu esforços para nada que acreditava ser o certo. Um homem de valor e coração incomparáveis. Pai dedicado e marido amoroso", disse.

Parreiras na infância

José Piacentini era agricultor e, com alguns irmãos e sobrinhos, ajudou a fundar a Vinícola Piacentini, destinada à elaboração e comercialização de vinhos.

José Piacentini, 73, era bastante próximo de Anna e dos outros irmãos - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Ainda de acordo com os familiares, os irmãos nasceram e foram criados na colônia Costa Real São Pantaleão, uma comunidade rural de Garibaldi, onde sempre cultivaram parreiras e depois se mudaram para a cidade.

"O tio sempre que vinha visitar minha mãe trazia uvas. Eles eram duas pessoas generosíssimas de um coração enorme. Minha mãe não tem explicação da pessoa boa que ela sempre foi. Exemplar, batalhadora e carinhosa. Ela deixou um vazio que não vai ser preenchido tão cedo", disse Eliane Malvessi, filha de Anna.

Ela ainda lembrou quando a mãe se mudou para cidade e pediu que construíssem um forno caseiro para que pudesse fazer seus pães. "Ela gostava de fazer para dar".