Desaparecida na Muzema fez aniversário no dia do desabamento dos prédios
No quarto dia de buscas pelas vítimas nos desabamentos dos dois prédios que caíram na comunidade da Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro, o pedreiro Aílson Ferreira mantém a esperança de encontrar com vida quatro familiares que estão desaparecidos desde o acidente na última sexta-feira.
Ele procura pelo primo Jefferson Trajano, que estava em um dos prédios com a mulher Carla Batista e os filhos Enzo e Arthur, de 5 e 4 anos. Os quatro estão entre os 13 desaparecidos na queda dos dois prédios, segundo o Corpo de Bombeiros. Até o momento, foram confirmadas 11 mortes pela corporação.
Segundo Ferreira, Carla fez aniversário na sexta-feira, dia em que ocorreu o desabamento na Muzema, e ela ganharia uma festa surpresa do marido. "Eu e o Jefferson falávamos nisso, mas terminei o domingo rezando para vê-los de novo. Agora é esperar", afirma.
De acordo com Ferreira, a família paraibana mora há mais de 20 anos no Rio de Janeiro, com os filhos do casal tendo nascido na capital fluminense. O primo do casal lembra que eles comemoravam a ida para Muzema, pois eles deixaram de pagar aluguel para ter um imóvel próprio. "Eles estavam felizes, adaptados", recorda.
Apesar da demora na localização dos familiares, Aílson espera rever a família, que morava no primeiro andar de um dos prédios. "Eles estão vivos, os bombeiros já disseram que o lugar está cheio de bolsões de ar, eu acredito", diz ele, que dorme pouco desde a última sexta-feira. O sub-comandante geral dos Bombeiros, coronel Marcelo Gisler, informou que ainda há a esperança de encontrar sobreviventes e, por isso, as buscas continuam no local.
"Enquanto disserem que dá, a gente espera", diz Ferreira, enquanto acompanha os trabalhos de buscas na região. Segundo ele, Jefferson, Carla e os filhos voltaram para o local da tragédia poucas horas antes do desmoronamento dos prédios.
"Eles têm um restaurante no Gardênia Azul (bairro vizinho a Muzema) e, na segunda-feira, não conseguiram voltar para casa (quando um temporal atingiu o Rio de Janeiro e causou a morte de dez pessoas). Ficaram dormindo no restaurante junto com os filhos, já que os bolsões d'água não deixavam ninguém chegar aos prédios. No dia dessa tragédia eles conseguiram voltar, por volta das 2h e me ligaram dizendo que estavam em segurança. Quando acordei, recebi a notícia por vizinhos", relata Aílson. Os prédios desabaram por volta das 7h.
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