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Irmã e 3 tios suspeitos de prostituírem menina de 13 anos são presos em RR

Comunidade de Bom Jesus (RR), onde familiares suspeitos de explorar menina foram presos - Divulgação/Polícia Civil de Roraima
Comunidade de Bom Jesus (RR), onde familiares suspeitos de explorar menina foram presos Imagem: Divulgação/Polícia Civil de Roraima

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio

04/06/2019 16h15

A Polícia Civil de Roraima prendeu ontem cinco pessoas suspeitas de explorar sexualmente uma menina de 13 anos na comunidade de Bom Jesus, em Bonfim, a cerca de 100 km da capital do estado, Boa Vista.

De acordo com informações da polícia, quatro dos presos são familiares da adolescente - uma irmã, de 27 anos, e três tios, de 34, 35 e 39 anos. O outro preso, de 49 anos, seria um vizinho que teria conhecimento do crime.

O tio e padrinho da menina de 39 anos é suspeito de trazer homens da Guiana, que faz fronteira com a cidade, para ter relações sexuais com a menina. Segundo as investigações e as declarações da vítima, os demais presos viam, sabiam de tudo e eram coniventes com a situação.

Todos eles responderão pelo crime de estupro de vulnerável. Quem denunciou o crime à polícia foi outra irmã, que procurou a polícia para relatar problemas comportamentais e de saúde que a menina de 13 anos vinha apresentando.

Histórico de violência

De acordo com a delegada Jaira Farias, titular do NPCA (Núcleo de Proteção da Criança e do Adolescente), que coordenou a ação com apoio do GRT (Grupo de Resposta Tática), já existia um histórico de abuso sexual contra a menina. Em 2017, quando a criança tinha 11 anos, a mãe dela e o padrasto foram acusados de a explorarem sexualmente.

À época, a mãe foi presa pela Polícia Civil e condenada pela Justiça a 38 anos de reclusão. O padrasto fugiu do país - segundo a polícia, ele se escondeu na Guiana. Com a prisão da mãe da garota, a guarda dela ficou sob a responsabilidade da irmã que fez a denúncia aos agentes policiais.

A delegada trabalhou na mesma investigação em 2017. Sobre o caso da menina ser submetida novamente a exploração sexual, a titular do NPCA disse que a polícia apura se os suspeitos presos ontem faziam parte do mesmo esquema de dois anos atrás.

"[O fato de a exploração sexual ocorrer de novo] São coisas que fogem à nossa alçada. Não havia como saber se outras pessoas estavam envolvidas na época. Nós não chegamos a constatar nada. O que dá para perceber é que ela estava sendo explorada sexualmente pela própria família", lamentou Jaira.

Investigação segue

"As prisões preventivas de ontem foram solicitadas de acordo com os relatos da vítima, e as investigações ainda vão continuar para que possamos concluir a materialidade do caso", disse a delegada.

Após serem ouvidos na delegacia, os presos foram encaminhados à cadeia pública de Boa Vista.

A delegada informou ainda que a guarda da adolescente de 13 anos permanecerá com a irmã que denunciou o caso à polícia. Procurado pela reportagem, o Conselho Tutelar de Roraima não se manifestou.

Por ser uma ocorrência de exploração sexual de uma adolescente, o caso corre sob sigilo no Tribunal de Justiça de Roraima. O UOL tenta localizar a defesa constituída dos suspeitos.