Filhos presos, arma localizada: o que se sabe da morte do pastor Anderson
O assassinato do pastor evangélico Anderson do Carmo, 42, no último domingo (16) em casa em Niterói, região metropolitana do Rio, ainda suscita dúvidas.
Alguns pontos foram confirmados oficialmente pela polícia, mas outros - como a motivação e quem teria efetuado os disparos - ainda são objeto de investigação da equipe capitaneada pela delegada Bárbara Lomba, chefe da Divisão de Homicidios de Niterói e São Gonçalo.
Marido da deputada federal e cantora gospel Flordelis (PSD), Carmo presidia a congregação evangélica comandada pelos dois. Juntos, adotaram 51 filhos. Outros quatro são filhos biológicos do casal.
Veja, a seguir, os principais pontos confirmados pela polícia e os que ainda estão sob investigação.
Prisão de um filho adotivo e um biológico
Dois dos 55 filhos do casal -- Flávio dos Santos Rodrigues, 38, e Lucas dos Santos, 18, -- foram presos devido a mandados anteriores que estavam em aberto.
O mais velho, filho biológico da deputada e registrado também como filho de Anderson, era procurado por violência doméstica e foi preso durante o funeral do pastor.
Ele está detido na Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Em coletiva de imprensa ontem, Bárbara Lomba, delegada responsável pelo caso, disse que a previsão era de que ele fosse ouvido novamente hoje.
O mais novo, adotivo, foi preso em decorrência de acusação análoga a tráfico de drogas. Ele foi encaminhado ao Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas) do estado do Rio porque, à época da infração, era menor de idade.
A delegada não descartou a possibilidade de que ambos tenham participado do crime, mas ainda não há indiciamento.
Notícias contraditórias
Ontem, alguns veículos noticiaram que o filho da deputada havia confessado à polícia na participação no crime. A informação foi negada pela delegada que conduz o caso.
A assessoria de imprensa da deputada Flordelis também abordou o assunto: "Não houve e não há confissão do filho Lucas, fato confirmado pela delegacia de polícia que conduz as investigações", disse em nota.
A nota da deputada também afirmou que "lamenta as especulações que a cada momento a imprensa faz sobre o caso e pede que se aguarde o fim das investigações para se saber exato que ocorreu e os culpados pelo crime bárbaro que vitimou um homem de bem".
Arma encontrada
Ontem, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na igreja e na casa onde o assassinato ocorreu.
Uma arma foi localizada no quarto de Flávio, um dos filhos que foi preso. Um perito da Polícia Civil confirmou ao UOL que a arma passou por perícia preliminar que sugere que ela tenha sido usada no crime.
Mas outras análises ainda serão feitas.
Celular desaparecido
O celular do pastor está desaparecido. Um dos objetivos das buscas feitas ontem pela polícia era a localização do aparelho.
A polícia pediu à deputada que o aparelho seja encaminhado, mas o telefone ainda não foi entregue.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da deputada federal disse que ainda não há uma resposta oficial sobre esse assunto.
Motivação e quem atirou
A motivação do crime ainda é desconhecida e está sob investigação. Não se sabe, também, qual pessoa teria feito os disparos.
Algumas hipóteses, contudo, foram levantadas - mas a Polícia Civil não confirmou oficialmente nenhuma das possibilidades.
Como Carmo levou tiros na região genital, uma das questões investigadas pela polícia é crime passional devido a suposta traição matrimonial. Dívida financeira também é cogitada.
Entretanto, o que a delegada responsável já descartou é que se trata de um assalto ou latrocínio (roubo seguido de morte).
Quantas pessoas já foram ouvidas
Até a tarde de ontem, segundo a delegada, seis pessoas haviam sido ouvidas desde domingo, dia em que Carmo foi assassinado.
O que a deputada já disse
"Essa violência que está imperando no nosso estado tem que acabar. Tem que ter um jeito, tem que recuar. Do jeito que está não pode continuar. Quantos mais inocentes vão ter que morrer? São 55 filhos agora sem pai. Eu só fui dar um passeio com o meu marido. Mais nada", disse a viúva após a morte.
No enterro do marido na segunda, quando o filho de 38 anos foi preso, Flordelis rechaçou o envolvimento dos filhos: "Isso é ridículo, acusar alguém sem provas".
Hoje, a deputada federal do PSD esteve na Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo. Ela ficou menos de 30 minutos na unidade de polícia especializada e falou brevemente a jornalistas.
"Quero justiça pela morte do meu marido seja quem for", disse ela ao sair da delegacia.
Ela acrescentou que foi à delegacia para ver o filho mais velho, que está preso na unidade policial, mas que não conseguiu.
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