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Cresce número de paulistanos contrários ao trabalho infantil, diz Ibope

Criança trabalha em água poluida do rio Capibaribe, no Recife - Diego Herculano/Folhapress
Criança trabalha em água poluida do rio Capibaribe, no Recife Imagem: Diego Herculano/Folhapress

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

16/07/2019 10h00

O paulistano está mais crítico em relação ao trabalho infantil. É o que mostra a pesquisa Viver em São Paulo: Assistência Social, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência. O levantamento, divulgado hoje, aponta que 86% dos moradores da capital paulista não concordam com a afirmação de que trabalhar é mais importante para a formação das crianças do que o estudo.

O número representa um crescimento de 9 pontos percentuais em relação ao ano passado, quando 77% dos entrevistados se mostraram críticos ao trabalho infantil. Neste ano, a maioria (69%) disse discordar totalmente da afirmação de que, para crianças, trabalhar é mais importante do que estudar. Outros 17% disseram discordar em parte.

Em outra frente, 65% dos paulistanos se mostraram contrários à atribuição de tarefas domésticas às crianças. Perguntados, 20% afirmaram discordar em parte e 45% disseram discordar totalmente da afirmação de que é aceitável que crianças sejam responsáveis por tarefas domésticas, como cuidar de outras crianças.

Em 2018, o percentual de entrevistados que disse não concordar com a realização de tarefas domésticas pelas crianças foi de 59%.

A pesquisa também aponta que os moradores da capital paulista defendem a palmada na educação de crianças e adolescentes. Seis em cada dez entrevistados (62%) disseram concordar com a afirmação de que a palmada contribui para a educação e formação das crianças e adolescentes. O percentual se manteve estável em comparação com 2018, quando 63% disseram concordar com o posicionamento.

Os paulistanos favoráveis à palmada se dividiram igualmente, em 31%, para os que afirmaram concordar em parte e para os que disseram concordar totalmente com o uso dessa medida na educação dos jovens.

O levantamento foi feito com base em 800 entrevistas feitas por coleta domiciliar ou online entre os dias 3 e 23 de abril no município de São Paulo. O intervalo de confiança da pesquisa é de 95%, e a margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Violência contra a mulher

A percepção dos paulistanos quanto à violência contra a mulher também foi alvo da pesquisa. Considerando as respostas por sexo, diminuiu entre os homens a visão de que a ampliação das penas a quem comete agressão contra a mulher é a medida que mais ajudaria no combate à violência doméstica.

Enquanto 50% dos entrevistados do sexo masculino mencionaram o aumento das penas como medida prioritária no combate a esse tipo de violência no ano passado, em 2019 o percentual foi de 43% --uma redução de sete pontos percentuais.

Considerando todos os entrevistados, no entanto, não houve mudança significativa nessa percepção. A ampliação de penas a quem comete alguma agressão contra a mulher foi citada por 51% dos paulistanos neste ano, enquanto no ano passado o percentual foi de 53%.

Nesta etapa da pesquisa, os entrevistados podem citar até três ações que considerem prioritárias para combater a violência contra a mulher.

Além da ampliação de penas, as medidas mais citadas foram agilizar o andamento da investigação das denúncias (43%) e ampliar os serviços de proteção de mulheres em situação de violência em todas as regiões da cidade (37%).

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