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Polícia apreende Camaro, moto e R$ 5 milhões em substâncias proibidas

Um carro de luxo e uma moto 1000 cilindradas foram apreendidos pela polícia - Reprodução
Um carro de luxo e uma moto 1000 cilindradas foram apreendidos pela polícia Imagem: Reprodução

Daniel Leite

Do UOL, em Juiz de Fora (MG)

20/08/2019 20h10Atualizada em 20/08/2019 21h18

Uma operação contra o tráfico internacional de anabolizantes apreendeu hoje um Camaro branco, uma moto 1.000 cilindradas e R$ 5 milhões em substâncias com venda controlada ou proibida.

Cinco pessoas foram presas: duas em Paracatu, no interior de Minas Gerais; duas em Caieiras, na região metropolitana de São Paulo; e outra na capital paulista.

As investigações começaram em maio desse ano, quando a polícia recebeu denúncia pelo site do governo mineiro sobre um site de venda de anabolizantes e remédios controlados. A maior parte era trazida do Paraguai.

Um morador de Paracatu, no noroeste de Minas, controlava o esquema, de acordo com a mensagem anônima. No portal, o suspeito fornecia até uma conta corrente para pagamento pelos produtos.

A polícia passou a monitorar o site. Nele havia um número de WhatsApp para combinar as compras.

Para tentar entender como funcionava o esquema e saber se as entregas eram feitas, os investigadores adquiriram, sem qualquer dificuldade, comprimidos abortivos, com vendas proibidas, e ampolas de anabolizantes só comercializadas com duas vias da receita, sendo que uma fica retida. As encomendas chegaram, foram periciadas e constatada a legitimidade.

R$ 5 milhões em substância proibidas são apreendidos pela polícia - Reprodução - Reprodução
R$ 5 milhões em substância proibidas são apreendidos pela polícia
Imagem: Reprodução

As substâncias controladas eram postadas com uma declaração de conteúdo dobrada, para não ser barrada na triagem dos Correios. As encomendas primeiro eram enviadas a partir de uma agência em um shopping do Morumbi, em São Paulo, e depois passaram a ser postadas em várias agências.

Os Correios foram procurados pelos investigadores e liberaram imagens mostrando quem fazia as postagens. A operação montou uma campana durante nove dias perto da agência até os policiais conseguirem abordar um suspeito, presa em flagrante quando iria remeter mais seis encomendas.

Essa pessoa relatou que buscava as substâncias proibidas em Caieiras, também na Grande São Paulo, para onde a polícia foi e encontrou o local de preparo dos produtos.

Segundo o delegado Tiago Veiga Ludwig, no laboratório, parte das substâncias era alterada. "Existem produtos verdadeiros, só que nem sempre esse produto era o produto que a pessoa estava adquirindo pelo site. E existem medicamentos que contém o princípio ativo e outros que a gente não faz ideia do que sejam".

Para chegar aos suspeitos no interior de Minas, foram analisadas as movimentações em duas contas correntes usadas para receber os depósitos dos pagamentos. A investigação também teve acesso a imagens dos saques nos bancos e da postagem das mercadorias nos Correios de Paracatu.

O responsável pelo site foi era o dono do Camaro e da moto, sempre visto em festas na cidade. "Era uma pessoa vista frequentemente em baladas, tendo uma vida de alguém que tinha uma condição financeira muito boa".

Dos três presos no estado de São Paulo, um era o responsável pelas postagens das encomendas e dois atuavam no preparo das substâncias quando havia adulteração. Em Minas estavam o responsável pelo site e um laranja, titular de uma conta corrente utilizada para os depósitos.

A investigação também conseguiu bloquear judicialmente R$ 200 mil em contas para lavagem de dinheiro e dos investigados.

Além das cinco prisões, três pessoas são procuradas. Elas moravam em uma mansão de alto padrão em Caieiras mas, de acordo com o delegado, se mudaram recentemente, possivelmente por desconfiarem da operação, já que deixaram parte dos objetos na casa.

Os crimes imputados aos suspeitos são tráfico, associação para o tráfico de drogas, venda de medicamentos sem receita médica e ilegais no Brasil, falsidade ideológica e organização criminosa.