Criança morre sugada por carga de feijão em fazenda de Minas Gerais
Uma criança de 5 anos morreu sugada por uma carga de feijão em Paracatu, no noroeste de Minas Gerais. A polícia apura as circunstâncias do acidente, ocorrido no final da tarde de ontem.
Luiz Miguel Moreira Silva estava na companhia do irmão, dois anos mais velho, em uma fazenda onde o pai deles trabalha, quando a tragédia aconteceu.
Segundo o registro da polícia civil, Crislan Luiz da Silva, o pai, que é agricultor, disse ter pedido para Fábio Júnior Cândido Braga, com quem trabalha, olhar os dois meninos enquanto ia a uma propriedade vizinha. Fábio, no entanto, nega. "Não, não teve isso, não teve essa conversa".
Ele contou para a reportagem que não sabia da presença dos meninos perto do silo quando o pai deles saiu. "Eu não vi mais os meninos, eu pensei que eles tinham ido embora".
De acordo com o agricultor, minutos depois de abrir as comportas para os seis mil quilos de feijão descerem, o menor de sete anos gritou pedindo socorro. "Me ajuda, tá puxando meu irmão, tá puxando".
Fábio relata que ao chegar até onde o garoto estava, na parte alta do silo, não conseguia ver Luiz Miguel. "Já tinha tampado ele com o feijão. Apavorado, eu fui com a mão, não conseguia, o feijão voltava. Aí eu abri as comportas para deixar o feijão derramar, fui batendo com a mão até tirar o feijão de cima dele".
Luiz Miguel estava com a boca roxa e o nariz cheio de grãos, diz Fábio. "Tentei fazer massagem, ele deu uma suspirada, e eu saí correndo pra chamar o pai".
O pai estava retornando neste momento, segundo Fábio. Eles colocaram o menor em uma moto até a sede da fazenda e depois, de carro, foram para o hospital municipal, onde chegou com sintomas de asfixia, foi feita tentativa de reanimação, mas o garoto não resistiu.
Fábio acredita que Luiz Miguel estava brincando com o irmão na parte alta do silo. "Quando cheguei, o irmão dele estava com a perna tudo tampada. Eu acho que ele estava brincando de ficar tampando [a saída do feijão], e na hora que eu abri, puxou ele. Eu tô transtornado, nem dormi de noite, só pensando nisso".
A reportagem tentou contato com o pai de Luiz Miguel, que não respondeu até a publicação da notícia, assim como o dono da fazenda. A polícia começou a investigar o caso e ainda não tem detalhes.
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