PM é preso após fazer filho de refém por quatro horas no RN
Um policial militar manteve o filho de seis anos refém, sob a mira de uma arma de fogo, na noite de ontem, no município de Macaíba (RN), região metropolitana de Natal. Ele descumpriu medida protetiva da ex-mulher e, em seguida, fez a criança refém após abordagem da polícia. Após quatro horas de negociação, ele se rendeu e o menino foi entregue à mãe, sem ferimentos.
O soldado Hermano Simplício Mangabeira de Araújo, 34, foi preso em flagrante suspeito de crimes de ameaça contra a ex-companheira e o filho do casal, sequestro qualificado, receptação (arma de fogo), resistência, porte ilegal de arma de fogo, disparo de arma de fogo em local público, condução perigosa de veículo e descumprimento de medidas protetivas.
Segundo a Polícia Civil, o soldado da PM fez o filho refém durante abordagem de policiais, que foram detê-lo por descumprimento de medida protetiva em favor da ex-companheira e ameaça de morte. Ele fugiu em um carro levando a criança. Durante a fuga, ele chegou a apontar uma arma de fogo para os policiais e para o próprio filho.
A vítima informou na delegacia de Macaíba que o ex-marido subtraiu o telefone celular dela e ameaçou matá-la. "Após ele se recusar a devolver o objeto, a vítima desistiu de formalizar o procedimento. No entanto, ainda assim, Hermano Simplício ameaçou matar a ex-companheira, razão pela qual os policiais civis diligenciaram, imediatamente, no intuito de prendê-lo", informou a Policia Civil.
Ao ter o veículo contido, o policial militar saiu do carro com arma apontada para a criança e sentou-se, na escadaria da Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Conceição. O local fica a 50 metros da delegacia de Macaíba, onde a ex-mulher do policial ficou o tempo em que o soldado manteve o filho refém.
Durante o período que Araújo manteve o filho refém, ele chegou a atirar duas vezes para o alto com a arma de fogo. A criança chorou em alguns momentos, como também em outros dormiu nos braços do pai. A mãe e o irmão do policial foram até o local ajudar na negociação junto com a polícia para que o homem libertasse o filho sem ferimentos.
Policiais da Polícia Civil, do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e da CPRE (Companhia de Polícia Rodoviária Estadual) participaram da ação para libertar a criança. O entorno da igreja da Matriz foi cercado e atiradores de elite foram posicionados em uma laje a cerca de 150 metros do local.
Após quatro horas de negociação, Araújo entregou a arma aos policiais e a criança foi entregue à mãe, na delegacia de Macaíba. Ele foi detido, levado para delegacia, onde foram realizados procedimentos policiais e, depois, encaminhado para o Hospital Central Coronel Pedro Germano, em Natal. O soldado ficou internado na unidade hospitalar sob custódia da polícia.
Ele ainda hoje vai ser encaminhado para audiência de custódia. Araújo está afastado da Polícia Militar por "problemas psicológicos." O UOL tentou localizar a defesa do policial militar, mas não conseguiu.
Medida protetiva
O casal se separou há dois anos e devido ao histórico de violência doméstica praticado contra a ex-mulher, ela conseguiu uma medida protetiva que impedia a aproximação a uma distância de 200 metros. Segundo a Polícia Civil, Araújo já foi preso anteriormente por descumprir as medidas protetivas existentes em favor da ex-mulher.
Em 2017, o Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Comarca de Parnamirim (RN) determinou que ele entregasse "armas particulares que possuir à Diretoria de Apoio Logístico, e as armas institucionais que porventura estejam cauteladas em seu nome sejam entregues no setor de material bélico de sua OPM."
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