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'Tentei pegar minha mãe, mas a maca pesava', diz filho de paciente do Badim

Carlos Oterelo tentou resgatar a mãe durante o incêndio no Rio - Pauline Almeida / Colaboração para o UOL
Carlos Oterelo tentou resgatar a mãe durante o incêndio no Rio Imagem: Pauline Almeida / Colaboração para o UOL

Pauline Almeida e Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio

12/09/2019 21h22

Do lado de fora do hospital Badim, atingido por um incêndio nesta tarde, o advogado Carlos Oterelo diz que acompanhava a mãe, Berta de Souza, 93, internada para se tratar de uma pneumonia, quando sentiu o cheiro de fumaça.

Com a confirmação do fogo, ele relata que tentou resgatar a mãe com os próprios braços, mas não conseguiu.

"A maca é pesada, não tinha mobilidade para fazer isso e não tinha gente, estava sem luz. Então ficou muito difícil. Os bombeiros mandaram as pessoas sem enfermidade saírem. Porque senão o problema seria muito maior", diz à reportagem do UOL.

"Eu tirei minha mãe do box onde ela estava e, quando chegou na escada corta-fogo, tinham muitas pessoas correndo. Funcionários, pacientes que não estavam com dificuldades de se locomover estavam sendo ajudados a descer", relata.

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Agora, ele, assim como outras dezenas de familiares de pacientes que estavam internados, cobra informações sobre o estado de saúde e a localização da mãe.

"O Badim disse que iria fazer uma lista para onde os pacientes foram e que iriam colocar na mídia", afirma.

O hospital afirma que todos os pacientes no prédio antigo, atingido pelo incêndio, foram já transferidos para ao menos outros cinco hospitais, mas ainda não detalhou qual paciente foi alocado em qual unidade.

Preliminarmente, sabe-se que foram enviados pacientes para os hospitais:

  • Casa de Portugal
  • Quinta D'or
  • Hospital Israelita
  • Norte D'or
  • Caxias D'or, na Baixada Fluminense

'Escureceu'

Ainda com máscara oferecida pela equipe do hospital para evitar contato com a fumaça, Oterelo relata o que ocorreu no hospital.

"De repente, faltou luz. O pessoal da manutenção nos disse que [o incêndio] já tinha sido contido e que não tinha mais risco nenhum", diz.

"Todo mundo [ficou assustado]. Foi muito louco porque a fumaça foi tomando conta do ambiente com muita facilidade e muita rapidez, então as próprias pessoas da Brigada [dos Bombeiros] estavam passando mal. Eles tinham que correr e tirar as pessoas ao mesmo tempo", afirma.

Ao relatar o caos, ele se preocupa pelo estado de saúde da mãe.

"Minha mãe estava cheia de equipamentos, curando de uma infecção e estava com uma pneumonia. Ou seja, se aquela fumaça me prejudicou, como é que ela deve estar?", afirma.

"É uma loucura, não dá nem para expressar. Você largar a sua mãe e ter que ir embora, ela acamada? É muito difícil".