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Badim: "Médicos iriam tirar pacientes, mas diretor disse que não precisava"

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

13/09/2019 13h48

O marido de uma paciente que estava internada no CTI do Hospital Badim no Maracanã, zona norte do Rio de Janeiro, para se recuperar de uma cirurgia, disse que, após o cheiro de fumaça invadir a unidade, o diretor do hospital avaliou que não era necessário remover todos os pacientes dali. Rômulo Moreira afirmou que a mulher dele, Isabele Vieira, 39, relatou falta de luz, cheiro de queimado e explosão no local.

"Ela alegou falta de luz e eu estava a caminho do hospital. Depois ela falou de cheiro de queimado, a luz voltou e, neste momento, ela disse que teve explosão. O cheiro de fumaça começou a aumentar até que os médicos iriam retirar os pacientes, mas o diretor disse que não precisava, que estava tudo sob controle. Aí fecharam os leitos, deram máscaras, mas do lado de fora tudo já era desesperador: Fumaça preta do lado de fora. Quando eu fui lá dentro não se enxergava mais nada. Enfermeiras indo e voltando naquela fumaça preta", relatou.

Moreira disse ainda que o hospital não tinha brigada de incêndio para dar orientação. "Não havia ninguém preparado para este atendimento", disse.

Ele contou ainda que a esposa foi salva por um amigo que trabalha no almoxarifado da unidade.

"A minha sorte foi encontrar esse colega logo quando cheguei no hospital. Como era conhecedor da rota, ele foi até o leito, tirou todos os fios e ajudou a trazê-la na maca junto com um médico e um maqueiro. Graças a Deus ele conseguiu sair com ela."

A mulher foi levada para o Hospital Israelita Albert Sabin pelo próprio marido. Ele também precisou ficar três horas em observação devido à inalação de fumaça. O amigo, que ajudou a retirar a esposa do CTI, também precisou buscar atendimento médico.

Segundo ele, a mulher está bem, estável e não corre perigo. "Ela tinha previsão de receber alta hoje, acredito que isso aconteça, mas está toda monitorada. Está tudo bem."

Procurada, a assessoria do Hospital Badim disse que não há informações de que o diretor tenha orientado a não retirar os pacientes da unidade e não respondeu sobre os relatos de fumaça e explosão no local. A unidade de saúde também não se manifestou sobre a denúncia de falta de orientação durante o resgate.