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Morre 13ª vítima de incêndio no Hospital Badim, no Rio

Nuvem de fumaça saindo do Hospital Badim, no Rio - Celso Pupo/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Nuvem de fumaça saindo do Hospital Badim, no Rio Imagem: Celso Pupo/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Carolina Marins

Do UOL*, em São Paulo

17/09/2019 11h14

Chegou a 13 o número de mortos no incêndio do Hospital Badim, no Rio de Janeiro. A paciente Áurea Martins de Oliveira estava internada no Hospital Samaritano de Botafogo, Zona Sul do Rio, e faleceu hoje.

Em nota enviada ao UOL, o hospital informou que a paciente foi transferida no último dia 12, quando ocorreu o incêndio, e faleceu esta madrugada. "O hospital se solidariza com os familiares e amigos da paciente", diz o comunicado.

Ontem, o Badim confirmou a 12ª vítima, uma mulher identificada como Yolandina Gaspar. Ela sofria de problemas renais crônicos e inalou muita fumaça tóxica produzida pelo óleo diesel usado no gerador. Cerca de 30 funcionários fazem hoje um mutirão de limpeza e organização do prédio novo do Hospital Badim —que também foi afetado pelo incêndio.

Segundo a assessoria do hospital, o prédio novo não está interditado pela Defesa Civil. Apesar disso, ainda não há previsão de retomada das atividades na unidade.

O prédio antigo, que fica separado do edifício novo apenas por um prédio residencial, continua interditado. A previsão é de que a Polícia Civil retorne hoje à unidade para periciar o gerador de energia, foco do incêndio, junto com a empresa que faz a manutenção do equipamento.

Ontem, funcionários da equipe de manutenção do Hospital Badim que estavam no local na hora do incêndio prestaram depoimento na 18ª Delegacia de Polícia (Praça da Bandeira), encarregada do inquérito, e peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) fizeram uma perícia nas instalações.

A fumaça tóxica que se desprendeu e tomou todo o prédio de seis andares foi resultado da queima de óleo diesel após um incêndio no gerador do hospital.

Análise de gerador e câmeras internas do hospital

Peritos da Polícia Civil analisam o gerador de energia do hospital, que já foi confirmado ter sido o foco do incêndio. No sábado (14), eles levaram da unidade de saúde uma parte carbonizada do equipamento para análise —há uma peça do equipamento que só é possível analisar após a desmontagem (somente a empresa responsável pela manutenção do gerador pode fazer isso).

O delegado Roberto Ramos, titular da 18ª DP e responsável pela investigação, disse que ainda é prematuro afirmar que houve negligência do Badim em relação à manutenção do gerador. "Nós vamos ver toda a parte técnica. Sabemos que o problema foi no gerador. Agora vai fazer o estudo mais aprofundado para saber da manutenção e como se deu esse problema que gerou o incêndio."

Todos os andares afetados pelo incêndio já passaram por perícia.

Imagens de câmeras de vigilância interna do Hospital Badim mostram que funcionários tentaram apagar o incêndio. Os vídeos foram divulgados ontem pelo Fantástico. Nas imagens relevadas pelas câmeras internas, não é possível identificar a presença ou ajuda de uma brigada de incêndio no local.

Questionada pelo UOL sobre o número de brigadistas presentes no hospital no momento do incêndio, a equipe de comunicação do Hospital Baldim declarou por meio da nota que o plano de socorro usado no episódio foi o Plano de Ação e Emergência (PAE) e que havia a presença de brigadistas no local.

"O hospital conta com 30 brigadistas de incêndio. Os dois prédios contam, juntos, com 5 saídas de emergência. O prédio atingido possuía dois geradores e as manutenções preventiva e corretiva eram feitas dentro dos prazos exigidos pelos órgãos competentes. Todas as licenças necessárias para o pleno funcionamento do hospital estavam em dia", disse o hospital.

*Com Agência Brasil

Câmeras mostram apagão e fumaça em hospital no Rio

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