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Mecânico consegue na Justiça direito de visitar pet depois de se separar

Anderson Alberto Ferreira e o cachorrinho Emmett Brown - Arquivo pessoal
Anderson Alberto Ferreira e o cachorrinho Emmett Brown Imagem: Arquivo pessoal

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto

23/09/2019 17h13

Um mecânico de 36 anos conseguiu na Justiça regulamentar as visitas a um cachorro. Anderson Alberto Ferreira e Sandra Fukishiro mantiveram relação por seis anos, sendo um ano e seis meses em união estável registrada. Em julho de 2016, resolveram adotar o cachorro, que pertencia a um vizinho e que sofria maus tratos.

Durante a separação, ocorrida em outubro de 2017, ficou acertado que Sandra seria a responsável pela guarda do cachorro, um pug de 13 anos, mas que Ferreira poderia ficar com o animal aos finais de semana. As visitas ocorreram normalmente até 20 de outubro de 2018. Desde então, Ferreira não consegue mais ver o animal.

O caso foi levado à 5 ª Vara da Família e Sucessões do Foro Central de São Paulo. Em decisão liminar, a juíza Christina Agostini Spadon aceitou os argumentos de Ferreira e estipulou o direito à visita. A decisão foi proferida no dia 13 de setembro, mas a dona do cachorro ainda não foi notificada.

"A gente resgatou. Ele passava por maus tratos, aí conseguimos tirar ele da casa e começamos a cuidar. Na época, como eu morava bem perto do trabalho, era eu quem dava todos os remédios, até de madrugada. Na hora do almoço, eu ia pra casa só pra poder dar o almoço, os remédios", disse. "Com isso, nos apegamos demais", conta Ferreira.

Após o resgate, o casal decidiu chamar o pet de Emmett Brown, uma homenagem personagem de Christopher Lloyd em "De Volta para o Futuro". Ferreira chegou a fazer uma tatuagem em homenagem ao cachorro em 2016.

Líder da matilha

Ferreira comemorou a decisão. "Desde que foi adotado em 2016, já me apeguei a ele de cara. E depois de alguns dias ele me escolheu como líder da matilha. Essa decisão está sendo muito importante pra mim, pois me dá o direito de poder vê-lo e ficar em finais de semana alternados".

Segundo a advogada Barbara Santos, que atuou na causa representando o mecânico, a decisão reconhece que que o animal tem vínculo afetivo com as duas partes. "O cachorro é capaz de sentir e tem apego com ambos os donos. E os donos, certamente, também possuem esse carinho, esse apego. Esse vínculo tem que ser respeitado ", disse a advogada.

"Esse cachorro é meu grande amor. Sinto falta dele todos os dias, e sei que ele também sente. Ele está doente, quase não anda, e eu quero estar com ele nesse momento. E quero que ele esteja comigo", diz Ferreira, que conversou com a reportagem a caminho do veterinário. "Quero saber tudo que está acontecendo com ele".

A reportagem tentou falar com Sandra Fukishiro, mas não conseguiu contatos. No Facebook, ela não responde às mensagens deixadas em sua rede social.