PF cumpre 15 mandados de prisão contra facção que promove ataques no Ceará
A Polícia Federal anunciou hoje que está deflagrando operação para desarticular a facção criminosa que vem promovendo ataques no Ceará, mesmo grupo que também investiu contra torres de transmissão de energia elétrica em abril de 2019, na Região Metropolitana de Fortaleza. 15 mandados de prisão e 14 mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Ceará e em Pernambuco. Entre os crimes que os investigados responderão estão dano, incêndio e participação em organização criminosa.
"Segundo as investigações, as ações do grupo criminoso foram praticadas sob determinações de lideranças que se encontravam em presídios. As ordens eram planejadas por essas lideranças e executadas por outros integrantes da mesma ORCRIM que se encontravam em liberdade", comunicou a corporação.
Um dos mandados de prisão foi cumprido ontem, em Pernambuco, contra um homem de 45 anos, de Umbuzeiro (PB). Ele é suspeito de ser integrante e fundador da facção criminosa responsável pelos ataques no Ceará.
A Operação Torre tem parceria da PF com o Gaeco/CE, Depen e a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do estado.
Ataques e prisões
Oito meses após a série com mais de 200 atentados que assustou o Ceará no início do ano, o estado enfrenta uma nova onda de incêndios criminosos. A ordem teria partido da facção criminosa GDE (Guardiões do Estado), em resposta à repressão e "crueldade" de agentes públicos dentro dos presídios. O grupo criminoso tem origem local e rivaliza pela disputa de territórios cearenses com o PCC (Primeiro Comando da Capital).
Pelo menos 38 pessoas foram capturadas em ações policiais suspeitas de envolvimento na série de ataques criminosos que vem ocorrendo no Ceará desde o último sábado (21). De acordo com dados da SSPDS (Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social), divulgados na noite de ontem, 31 suspeitos foram presos e sete apreendidos. Até agora, três pessoas ficaram feridas nos ataques.
Mais de 30 incêndios criminosos já foram contabilizados em quatro dias. Os ataques ocorreram em ônibus coletivos e privados, caminhões, carros particulares, prédios públicos e privados e uma torre de telefonia. Os incêndios criminosos ocorrem a mando da facção GDE (Guardiões do Estado) em protesto ao regime adotado nos presídios estaduais.
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), informou no fim da tarde de hoje que a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) está identificando dentro dos presídios do estado os chefes da facção criminosa que estão comandando os ataques criminosos para, assim, transferi-los para presídios federais.
"Estamos identificando as lideranças no sistema prisional e nós vamos transferir essas lideranças para presídios federais, já autorizadas as vagas pelo Departamento Penitenciário Nacional. Não vamos arredar um milímetro em relação ao combate ao crime organizado. A possibilidade de regalias no sistema prisional é zero", informou o governador.
O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) já sinalizou sobre a transferência para unidades prisionais federais. O Ministério da Justiça e Segurança Pública disponibilizou vagas no sistema prisional federal, entretanto não divulgou o número oferecido, os locais e quando haverá a transferência "por questões de segurança."
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