Barco com universitários naufraga entre RS e SC; jovem está desaparecido
Resumo da notícia
- Barco que levava universitários naufragou na noite de ontem na divisa entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul
- 14 pessoas estavam a bordo e um jovem de 21 anos segue desaparecido
- Testemunhas relataram que o barco foi atingido por uma onda, fazendo com que entrasse água na embarcação. Em seguida, o barco começou a afundar
- Polícia diz que testemunhas relataram que o barco dispunha de coletes salva-vidas, mas ninguém estava utilizando
Um barco que levava universitários naufragou na noite de ontem na divisa entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, entre as cidades de Barra do Guarita (RS) e Itapiranga (SC). Ao todo, 14 pessoas estavam a bordo e um jovem de 21 anos segue desaparecido. Conforme o inspetor da Polícia Civil Igor Bragato dos Santos, quatro testemunhas já prestaram depoimento e relataram que o barco foi atingido por uma onda, fazendo com que entrasse água na embarcação. Em seguida, o barco começou a afundar por volta das 23h.
Alguns passageiros conseguiram nadar para a margem, outros foram resgatados por outros barcos e alguns conseguiram se segurar no próprio barco até serem retirados da água. Das 14 pessoas a bordo, 12 eram estudantes da Unidade Central de Educação Faem Faculdade (UCEFF), em Itapiranga, segundo informação da Polícia Civil. Eles voltavam para casa após as aulas.
O percurso de uma margem a outra, de 600 metros, costuma levar cerca de 5 minutos, conforme a polícia. O jovem que está desaparecido é Andrei Franchini, 21 anos, morador de Vista Gaúcha, estudante de agronomia na instituição desde 2017. Testemunhas relatam à polícia que o barco dispunha de coletes salva-vidas, mas ninguém estava utilizando. Além disso, havia boias na embarcação. "Não é costume do pessoal usar aqui", pontuou Bragato.
O jovem desaparecido não sabia nadar, conforme relatou o amigo de infância dele, Gabriel Mantelli Ferrari, 19 anos. "Ele era uma pessoa muito alegre. Estava muito feliz com a faculdade", conta Mantelli com a voz trêmula. Os dois estudaram juntos e moraram próximos até os nove anos, quando Franchini se mudou para uma casa a dois quilômetros de distância. Nas redes sociais de Franchini, Mantelli era chamado de "irmão".
Os dois chegaram a estudar na mesma universidade, na cidade vizinha de Santa Catarina. Entretanto, preocupado com a travessia diária de barco, Mantelli decidiu estudar em outra instituição. "Achava muito perigoso". Passado quase um dia do naufrágio, Mantelli ainda espera encontrar o amigo vivo. "A gente tem que ter esperança".
Usina vai ser parcialmente fechada
As buscas estão sendo feitas de forma ininterrupta por bombeiros gaúchos e catarinenses, além da Marinha. Na madrugada, três embarcações do Corpo de Bombeiros de Itapiranga atuaram na tentativa de localização do estudante após o naufrágio. Na tarde de hoje, mergulhadores passaram a vasculhar o leito do rio para localizar Franchini.
Para melhorar a visibilidade na água, o comandante da operação, capitão Diego Battaglin, solicitou hoje o fechamento parcial das comportas da usina da foz do Rio Chapecó em São Carlos, a 106 quilômetros de distância do local do naufrágio. "Teremos uma baixa considerável do nível do rio Uruguai em Itapiranga a partir das 6h de amanhã, em torno de 2 metros vai baixar. Possibilitando mais visibilidade", explicou o oficial.
Além da Polícia Civil, a Marinha anunciou que vai apurar as causas do acidente por meio de um procedimento administrativo. Para auxiliar as buscas, o órgão deslocou para o local militares de Porto Alegre e uma equipe da Capitania dos Portos de Santa Catarina (CPSC), que realizava Inspeção Naval em Chapecó.
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