Porteiro que cita Bolsonaro está afastado do trabalho e acuado, diz revista
Resumo da notícia
- Segundo a Veja, Alberto Jorge Ferreira Mateus é o porteiro que deu depoimento citando Jair Bolsonaro no caso Marielle
- Alberto foi quem disse em depoimento que "seu Jair" havia liberado a entrada de Élcio de Queiroz, um dos suspeitos do crime
- MP contradiz depoimento do porteiro e diz que entrada foi liberada por Ronnie Lessa, outro acusado pelo assassinato
- De acordo com a revista, o porteiro foi afastado dos trabalhos no condomínio em que vivia Bolsonaro até o caso esfriar
- Familiares de Alberto dizem que ele vive como um "animal enjaulado" desde a divulgação do fato
Reportagem da revista Veja publicada hoje identificou o porteiro que citou o presidente Jair Bolsonaro nas investigações da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Segundo a publicação, que ouviu pessoas próximas a ele, Alberto Jorge Ferreira Mateus está "feito um animal acuado" e afastado do trabalho.
O porteiro do condomínio Vivendas da Barra disse em depoimento que "seu Jair" liberou a entrada de Élcio de Queiroz, um dos suspeitos dos homicídios no dia do crime. No entanto, Bolsonaro, à época deputado, estava na Câmara dos Deputados naquele dia.
O Ministério Público contradisse o funcionário e disse que o responsável por liberar a entrada de Élcio foi o policial reformado Ronnie Lessa, que mora no local e também é suspeito de participar do crime.
Procurado por Veja na última segunda-feira (4), Mateus se recusou a falar. "Eu não estou podendo falar nada. Não posso falar nada".
Segundo a publicação, ele estava de férias quando prestou os depoimentos, nos dias 7 e 9 de outubro e já deveria ter retornado ao trabalho. No entanto, diante da repercussão do caso, o condomínio decidiu por prorrogar sua licença e mantê-lo afastado do local ao menos por enquanto.
Pessoas próximas a ele ouvidas pela revista descreveram Mateus como um homem discreto, que frequenta a igreja e trabalha no condomínio há 13 anos. É casado e tem dois filhos.
Um cunhado disse que ele não comenta nada sobre o caso. "Não sei se alguém importante mandou ele não falar. Quando alguma pessoa chega perto e toca no assunto, ele foge". Segundo familiares, está "feito um animal acuado" e "com muito medo de perder o emprego e até morrer".
Outro porteiro teria atendido Queiroz
O vereador Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente, morador do condomínio, mostrou nas redes sociais um áudio, que segundo ele, foi registrado às 17h13 para a casa 65, onde vivia Ronnie Lessa. No arquivo, o porteiro anuncia a chegada do "senhor Élcio" e recebe como resposta "tá, pode liberar aí". Não é possível identificar quem responde.
Segundo Veja, quem atendeu Queiroz foi o porteiro Tiago Izaias. A reportagem informa que reproduziu o áudio divulgado por Carlos e ele confirmou se tratar de sua voz. Ele disse não se recordar quem era o outro porteiro que trabalhava com ele naquele dia.
Izaias disse que tentou falar com Mateus para obter "a informação verdadeira" sobre o caso, mas não recebeu resposta. "Todos aqui no condomínio ficaram surpresos por ele ter ligado o presidente a um crime gravíssimo. Pode ser que estejam usando o Alberto para denegrir a imagem de Bolsonaro", disse.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.