Partidários de Guaidó ocupam embaixada da Venezuela em Brasília
Partidários do líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente do país e foi reconhecido por mais de 50 países, invadiram hoje a embaixada da Venezuela, em Brasília, e entraram em discussão com grupos que apoiam o atual presidente, Nicolás Maduro.
Segundo informaram fontes diplomáticas e policiais, os apoiadores de Guaidó entraram no local com a ajuda de funcionários da embaixada.
"Os dois grupos estão lá dentro, tentando encontrar uma solução pacífica", disse o tenente Zé Fonseca à entrada da sede diplomática, da Polícia Militar (PM).
O incidente ocorre no momento em que Brasília é sede da cúpula do Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
O Ministério das Relações Exteriores quer priorizar a segurança de todos os envolvidos, mas a situação sobre quem passará a ocupar de vez a representação continua indefinida.
"A missão do nosso colega que está lá [na embaixada] é acalmar todo mundo e, a partir daí, tentar um entendimento para uma solução pacífica. Agora, tem várias interpretações [se foi entrada consensual ou invasão]. Em primeiro lugar, a integridade física", informou um diplomata a par do caso.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) está reunido com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Palácio do Planalto antes do início da 11ª cúpula do Brics, a ser realizada hoje e amanhã em Brasília.
Oficialmente, junto a mais de 50 países, o Brasil reconhece Guaidó como o presidente legítimo da Venezuela em detrimento de Nicolás Maduro. Ainda assim, a embaixada venezuelana continuava sob o domínio de aliados de Maduro.
Nesta madrugada, aliados de Guaidó, que até então usavam espaços não oficiais na capital brasileira para trabalhar, entraram na embaixada. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o grupo pulou o muro e invadiu o local. Já a representante de Guaidó no Brasil, María Teresa Expósito, informou em nota oficial que o grupo entrou após funcionários da embaixada terem aberto as portas.
Enquanto isso, o Batalhão Barão do Rio Branco, tropa da Polícia Militar do Distrito Federal responsável pela segurança das embaixadas em Brasília, tenta preservar o local e a integridade física de todos os envolvidos. Diplomatas brasileiros também estão na embaixada para negociar uma solução pacífica.
A segurança dos brasileiros na embaixada do Brasil na Venezuela também está entre as preocupações do Itamaraty. O governo precisa garantir que a assistência consular seja dada de forma contínua, independentemente das relações diplomáticas.
"A questão diplomática está em discussão agora em relação à sede aqui por conta desse episódio que aconteceu hoje", disse o diplomata, que pediu para não ser identificado.
* Com informações da AFP
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