'Entramos com chaves', diz equipe de Guaidó; Maduro fala em 'ato violento'
A equipe que trabalha em Brasília em nome de Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela e reconhecido pelo Brasil como mandatário daquele país, afirmou hoje que acessou "com chaves" a embaixada venezuelana em Brasília. Mas comunicado emitido pelo regime de Nicolás Maduro fala em "tomada violenta" e exige reação do governo brasileiro.
O confronto expõe ainda uma situação inusitada na embaixada da Venezuela no Brasil: oficialmente, o governo brasileiro reconhece Guaidó como presidente da Venezuela, e María Teresa Belandria Expósito como sua embaixadora. Mas a equipe que responde a Jorge Arreaza, chanceler de Maduro, segue trabalhando no local.
Veja a diferença de versões:
Versão da equipe de Guaidó
"Não há nenhuma fechadura danificada, nem violentada", diz mensagem distribuída a jornalistas pela assessoria de María Teresa Belandria Expósito, reconhecida pelo Itamaraty como embaixadora da Venezuela no país.
Mais cedo, Expósito negou que a embaixada do país em Brasília tenha sido invadida por apoiadores do opositor de Maduro.
"Um grupo de funcionários da embaixada da Venezuela no Brasil entrou em contato conosco para nos informar que reconhecem o presidente Juan Guaidó. Eles começaram a abrir as portas e entregar voluntariamente a sede diplomática à representação legitimamente credenciada no Brasil. Essa ação foi imediatamente comunicada ao Ministério das Relações (Exteriores)", diz a nota assinada pela representante.
O jornal Folha de S.Paulo informou que um grupo de apoiadores de Guaidó pulou um muro e invadiu a embaixada.
O comunicado, no qual Expósito se autodeclara embaixadora, ainda diz que os funcionários "foram convidados a participar do trabalho na embaixada, tendo garantidos todos os seus direitos trabalhistas". "Finalmente, comunicamos nossa melhor disposição de mediar com as autoridades brasileiras caso decidam não sair do país", diz o documento.
"Valorizamos o reconhecimento do governo legítimo do presidente Guaidó e solicitamos a todos os funcionários credenciados na embaixada e nos 7 consulados venezuelanos a adotarem a mesma decisão e participarem do trabalho em prol de todos os venezuelanos residentes no Brasil", termina a nota.
Além do Brasil, mais 49 países reconhecem Guaidó como presidente do país. Mas ainda não há um reconhecimento de órgãos internacionais, que mantêm Nicolás Maduro como o presidente da Venezuela.
Chanceler de Maduro contesta versão
A versão de Expósito é contestada pelo chanceler do governo Maduro, Jorge Arreaza.
Em comunicado divulgado nesta tarde, Arreza classifica de "mentira" a versão de que funcionários da embaixada tenham facilitado a entrada da equipe pró-Guaidó.
Ele afirmou no Twitter que a embaixada foi "invadida à força na madrugada" e cobrou o governo brasileiro a garantir a segurança de seu pessoal e de suas instalações. "Exigimos respeito à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas", afirmou.
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