Mãe e padrasto são presos por torturar criança de dois anos no RS
Uma mulher de 21 anos e um homem de 47 anos foram presos preventivamente ontem por torturar uma menina de dois anos e oito meses em Palmares do Sul, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. A criança é filha da mulher e enteada do homem. O caso veio à tona após um vídeo circular nas redes sociais e chegar às mãos do Conselho Tutelar, que comunicou a Polícia Civil. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados para preservar a criança.
A reportagem do UOL teve acesso a dois vídeos, gravados pela mãe. O primeiro deles mostra o homem dando palmadas na menina, que está deitada em uma cama. A mãe grita "para de judiar dela, depois vou levar na creche e vai ficar toda marcada". Entretanto, ela não detém o companheiro e continua a gravação. O homem volta a dar palmadas nas nádegas e no rosto da criança, além de puxar os cabelos e apertar a genitália da garota. A criança fica o tempo todo com as mãos tapando os olhos e chorando. Apesar das agressões, o homem dá diversos beijos no peito da menina, que chama pela mãe.
O segundo vídeo é continuação do primeiro. Na gravação, o padrasto coloca uma calça da menina e dá mais palmadas nas nádegas dela. A mulher pede para ele parar e a criança se aproxima da mãe, dizendo que a ama. O homem sai do quarto dando risadas. Ele volta, aproxima-se da criança e a chama de "catinguda". A mãe alerta que a menina pode contar as agressões na escola. "Essa desgraçada", diz o homem.
Segundo o delegado Antônio Carlos Ractz Júnior, responsável pela investigação, os vídeos foram feitos neste mês no Distrito de Granja Vargas de Palmares do Sul. Nesta quarta-feira, a polícia conseguiu o mandado de prisão do casal com a Justiça. Na delegacia, os dois permaneceram em silêncio. Os dois vão ser acompanhados por um defensor público, conforme o delegado. Em seguida, o homem foi levado para a Penitenciária Modulada Estadual de Osório e a mulher para o Presídio Estadual Feminino de Torres.
Na casa onde ocorreram as agressões moravam outras duas crianças, uma de um ano e oito meses e outra de seis anos e um mês. Todas são enteadas do agressor e foram afastadas do convívio familiar pelo Conselho Tutelar, sendo colocadas em família substituta. As três crianças foram encaminhadas a exames de corpo de delito e de verificação de violência sexual, além de avaliação psíquica.
Segundo o delegado, as investigações prosseguem para verificar se as outras enteadas do homem também foram vítimas de tortura e se houve a prática de abusos sexuais pelo padrasto, o que configuraria o crime de estupro de vulnerável.
Procurada pela reportagem, a Defensoria Pública afirmou que foi procurada pelos investigados e que agora serão "analisadas as providências cabíveis". Além disso, salientou que o processo tramita em segredo de justiça.
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