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Polícia Civil promete a moradores achar culpados por mortes em Paraisópolis

Protesto em frente à Secretaria da Segurança Pública pelos nove jovens mortos no Baile da DZ7, em Paraisópolis - Marcelo Oliveira/UOL
Protesto em frente à Secretaria da Segurança Pública pelos nove jovens mortos no Baile da DZ7, em Paraisópolis Imagem: Marcelo Oliveira/UOL

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

05/12/2019 21h01

Representantes da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis ouviram hoje dos delegados que investigam as nove mortes na comunidade a promessa de que a Polícia Civil chegará aos "culpados".

O presidente da entidade, Gilson Rodrigues, disse ao UOL que os delegados — dois à frente do caso — ofereceram anonimato a testemunhas que viram o que ocorreu e disse que as famílias podem ficar tranquilas.

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"Eles queriam dar segurança e informar que quem está cuidando do caso é a Polícia Civil", afirmou Gilson. A operação para dispersar o baile, que culminou nas mortes, foi conduzida pela Polícia Militar.

Gilson afirmou também que os delegados "falaram que farão investigações rigorosas buscando justiça".

O encontro ocorreu na sede da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa de São Paulo. O presidente da União dos Moradores disse que os delegados pediram ajuda para as investigações. Ofereceu a Defensoria Pública para receber imagens e relatos de quem viu o que ocorreu na noite em que nove pessoas morreram em circunstâncias ainda não esclarecidas em um baile funk em Paraisópolis.

"Eles pediram apoio para que a comunidade pudesse ajudar as investigações. Pessoas que filmaram do seu celular ou testemunharam terão o anonimato preservado", afirmou.

Mudança de tom de Doria

O encontro com os delegados responsáveis pelas investigações ocorre no mesmo dia em que o governador João Doria (PSDB) mudou de posição. Depois de defender a ação da PM, ele declarou que se disse chocado com as agressões e mencionou a mudança no protocolo da corporação.

A alteração no discurso do governador, por sua vez, ocorreu após ele e a PM serem o principal alvo da passeata organizada pelos moradores de Paraisópolis. Depois de ver centenas de pessoas se dirigirem ao Palácio dos Bandeirantes sede do governo paulista na última quarta, Doria aceitou receber uma comissão de entidades e familiares. Na reunião, ele anunciou a criação de uma comissão externa de acompanhamento das investigações e agendou um encontro com as famílias na próxima segunda.