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Mais de R$ 1,6 milhão é apreendido na casa de presidente da Cohab de Bauru

Gaeco apreendeu R$ 1.607.000,00 durante Operação João de Barro  - Divulgação/MPSP
Gaeco apreendeu R$ 1.607.000,00 durante Operação João de Barro Imagem: Divulgação/MPSP

Carolina Marins

Do UOL*, em São Paulo

18/12/2019 10h34

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) apreendeu ontem R$ 1.607.000,00 na casa do presidente da Companhia de Habitação Popular (Cohab) de Bauru, Edson Gasparini Júnior, durante as buscas da Operação João de Barro. A ação foi desencadeada para investigar suposto desvio de dinheiro público da Companhia de Habitação Popular de Bauru, além dos crimes constituição e participação em organização criminosa, lavagem de capitais e outros.

Foram cumpridos 14 mandados de busca em Bauru, Arealva, Marília e Brasília. Segundo o Ministério Público em nota, a investigação começou em outubro do ano passado após o recebimento de uma notícia de irregularidade. Durante as investigações, foram analisados quatro acordos firmados pela Cohab de Bauru junto a construtoras no âmbito de processos judiciais. Também foi feita uma análise inicial do patrimônio dos investigados relacionados à companhia.

"A partir daí, foi possível constatar a existência de diversas medidas suspeitas e prejudiciais à companhia", diz a nota. "Adotadas repetidamente, elas demonstraram não se tratar de equívoco isolado, e sim de um padrão de atuação".

Entre as ações suspeitas o Gaeco destaca: dação de imóvel milionário em quitação de uma dívida que representava em torno de 10% do valor do bem; realização de acordos à revelia dos patronos contratados para a causa; pagamentos antecipados, feitos antes mesmo da formalização de acordos e sem comunicação do Juízo; omissão deliberada na compensação de dívida que duas das construtoras tinham com a Cohab.

"Foi apurado ainda que tais posturas administrativas se deram diante de um cenário econômico totalmente adverso para a Cohab de Bauru, cujos prejuízos acumulados e passivo descoberto crescem em larga escala anualmente, a ponto de haver contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas".

As buscas miravam a apreensão de aparelhos celulares, computadores, documentos e outros objetos que pudessem servir de prova ao objeto da investigação.

A operação foi deflagrada pelo Gaeco em conjunto com a Polícia Federal e a Polícia Militar.

Em nota enviada ao UOL, a Cohab Bauru informou que os mandados apresentados pelo MP foram integralmente cumpridos. "Salientamos que a Cohab/Bauru é uma sociedade de economia mista com personalidade jurídica de direito privado, e que seus contratos sempre são celebrados dentro da legalidade, com a estrita observância das regras e leis vigentes", disse. "A Cohab/Bauru irá colaborar com a investigação, fornecendo todos os meios de prova solicitados".

O presidente da Cohab, Edson Gasparini Júnior solicitou afastamento do cargo devido às investigações. A Cohab informou que ainda hoje haverá uma assembleia extraordinária na qual o conselho decidirá sobre o futuro da diretoria atual.

A reportagem tenta contato a defesa de Edson Gasparini Júnior.

*Com Estadão Conteúdo