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Polícia Civil vê suspeita de incêndio criminoso em estátua da Havan em SP

Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo

02/01/2020 16h33

Resumo da notícia

  • Símbolo da loja, réplica da Estátua da Liberdade foi destruída por fogo no dia 31
  • O empresário Luciano Hang, dono da Havan, classificou o caso como "terrorismo"
  • Polícia busca identificar quem foi responsável pelo incêndio

A Polícia Civil em São Carlos (SP) classifica como suspeita de "incêndio criminoso" a ocorrência com uma réplica da Estátua da Liberdade em uma loja da Havan na cidade, que fica a cerca de 260 quilômetros da capital paulista. O objeto é símbolo da empresa de Luciano Hang, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Investigadores ligados ao caso afirmam que a comprovação de que o fogo foi proposital deverá ser feita pela perícia técnica. O laudo deverá conhecido até o final da próxima semana.

Na tarde de hoje, o delegado Maurício Antônio Dotta e Silva, do 1º Distrito Policial de São Carlos, foi ao local para prosseguir com as investigações e analisar as imagens do circuito de segurança. Os investigadores ainda buscam identificar quem teria causado o incêndio.

O artigo 250 do Código Penal Brasileiro define como incêndio criminoso o ato de "causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outra pessoa". A pena é de três anos a seis de anos de prisão, além de multa.

Dono fala em "terrorismo"

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Hang disse que a empresa foi vítima de "terrorismo".

"Só vamos mudar esse país com coragem de poder afrontar o que está errado e coibir atos de terrorismo, que tentam afrontar e me intimidar. Jamais vão conseguir: eu amo esse país e vou lutar todos os dias para fazer um país cada vez melhor para todos os brasileiros", afirmou o empresário.

Sancionada pela então presidente da República Dilma Rousseff (PT), em março de 2016, a lei 13.260/2016 define como o terrorismo "a prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública."

A seguidores nas redes sociais, Hang ainda lembrou o ataque à sede da produtora Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, no último dia 24.

"Quando colocaram fogo no Porta dos Fundos —o que eu também recrimino, acho que ninguém tem que ser cerceado —, a mídia perguntou: nossos representantes não vão falar nada? Eu pergunto à grande mídia nacional: o que vocês acham? É um ato de terrorismo político ou não é? Se era da direita, agora é da esquerda? Nós precisamos discutir ideias. Agora, jamais com criminalidade, com morte, com faca, com incêndio", comentou.

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