Rio: bairros recebem água turva há uma semana; saiba o que é
Desde a última sexta-feira (3), cariocas têm questionado a qualidade da água oferecida pela Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) no Rio de Janeiro. As reclamações se concentraram em ao menos 20 bairros das zonas norte e oeste. Em alguns deles, a água apresentou mudança somente no gosto. Em outros, foi observado aspecto turvo, gosto e cheiro ruins.
Muitas famílias adotaram a compra de água mineral para evitar a água do filtro de casa com receio de contaminação. É o caso da moradora da Tijuca, na zona norte, Isabele Moreira. Ela disse que, assim que percebeu o gosto ruim, preferiu o consumo de água com gás que já tinha na geladeira.
"Eu tinha água com gás em casa e priorizei o consumo dela. Minha filha não gosta e acabei evitando dar água para ela, pois não tinha água mineral em casa. Usamos filtro de torneira na cozinha e da geladeira que tem filtro na porta, mas, mesmo assim, a água ficou com gosto ruim", contou a jornalista, que notou mudança na qualidade da água na quarta-feira (8).
Já em São Cristóvão, também na zona norte, a água começou a sair turva no último sábado (4), o comerciante Amaral da Silva, que trabalha na região, disse que o gosto da água da torneira era de lama. Ontem, ele já notou uma melhora significativa. "Ela voltou a clarear, mas o gosto ainda está terrível. Bem forte. Melhor evitar. "
O que diz a Companhia de Águas e Esgotos
Na terça-feira (7), a Cedae concluiu testes em 150 amostras de água recolhidas e identificou a presença de geosmina, uma substância orgânica produzida por algas. "A água fornecida pode ser consumida pela população", disse a companhia por meio de nota.
A Cedae explicou que a substância não oferece risco à saúde, mas altera o gosto e o cheiro da água. Trata-se de um fenômeno natural que ocorre devido ao aumento de água em mananciais em função de variações de temperatura, luminosidade e índice pluviométrico, "causando aumento deste composto orgânico e levando a água a apresentar gosto e cheiro de terra".
A empresa enfatizou que casos semelhantes ocorreram no Rio 18 anos atrás; em São Paulo, em 2008, e em municípios da Paraíba e do Rio Grande do Sul em 2018, por exemplo.
"Cabe informar que as amostras já analisadas na tarde desta terça-feira (07) na Estação de Tratamento do Guandu não apresentaram alteração quanto ao cheiro e ao gosto, estando dentro dos padrões. Ao longo do sistema, porém, a água ainda pode apresentar gosto e cheiro alterados em alguns locais. Por isto, a Cedae continuará monitorando todo o sistema de abastecimento ao longo da semana."
Apesar de a Cedae garantir que a água está dentro dos parâmetros exigidos pelo Ministério da Saúde, a companhia informou que adotará o sistema de carvão ativado pulverizado para conter a presença da substância geosmina. O carvão ativado deve ser aplicado nos próximos dias.
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