Capixaba, versão do ES da cerveja Belorizontina, também está contaminada
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento afirmou na noite de ontem que a marca Capixaba, cerveja que é comercializada no Espírito Santo pela cervejaria Backer, de Belo Horizonte, também está contaminada pelas substâncias tóxicas monoetilenoglicol e dietilenoglicol. Hoje a Backer informou que a Capixaba é a Belorizontina são a mesma cerveja, apenas usam rótulos diferentes por uma questão comercial.
Horas antes, o Ministério da Agricultura determinou, também nesta segunda, o recolhimento de todas as marcas de cerveja da Backer, inclusive a Belorizontina, por conterem as sustâncias, detectadas após a realização de análises em amostras de três lotes da cerveja. A decisão afeta os produtos fabricados a partir de outubro de 2019.
A empresa não confirmou até o momento quais cervejas foram produzidas nesse período. Em seu site, a cervejaria Backer lista 21 rótulos de sua produção, mas a relação de todos os rótulos não está clara, já que no site não inclui a marca Capixaba, por exemplo.
"As análises exploratórias, realizadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária nas amostras dos produtos Belorizontina e Capixaba, confirmaram a presença dos contaminantes monoetilenoglicol e dietilenoglicol", diz a nota.
"Estes produtos já estavam e continuam sendo retirados do mercado, por recolhimento feito pela própria empresa e por ações de fiscalização e apreensão dos serviços de fiscalização do Ministério", afirma o comunicado.
Além de determinar à Backer que recolha do mercado todas as marcas de cerveja que produz, o Ministério da Agricultura determinou o fechamento cautelar do Templo Cervejeiro da Backer, no bairro Olhos D´Água, na capital mineira. Também foram fechados o restaurante Três Lobos e a fábrica da companhia, que compõem o complexo cervejeiro da Backer, companhia criada em 1998 e pioneira na produção de cerveja artesanal em Minas Gerais.
O ministério ainda informou que foram apreendidos 139 mil litros de cerveja engarrafada e 8.480 litros de chope na sede da empresa. Também foram lacrados tanques e os demais equipamentos de produção.
"O Ministério segue atuando nas investigações e tomando medidas para mitigar o risco apresentado pelas cervejas contaminadas pelas moléculas dietilenoglicol e monoetilenoglicol. (...) Continuam as apurações para identificar as circunstâncias em que os fatos ocorreram, a fim de dar pleno esclarecimento à população", diz a nota.
Em nota, a Backer informou que está recorrendo da medida de recall solicitada pelo Ministério da Agricultura e voltou a afirmar que não faz uso do dietilenoglicol em seu processo produtivo.
"O episódio apurado pelas autoridades limita-se ao lote 'Belorizontina', não tendo qualquer relação com os demais rótulos da empresa, que possui processos autônomos de produção", diz o texto.
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