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Sobe para 17 número de casos suspeitos com "doença misteriosa" em MG

Cerveja Belorizontina, da cervejaria Backer - Divulgação
Cerveja Belorizontina, da cervejaria Backer Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

13/01/2020 21h47

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais informou na noite de hoje que o número de pacientes oficialmente investigados com sintomas da "doença misteriosa" subiu de 11 para 17.

Entre os pacientes, o fator comum, além da síndrome nefroneural, é o fato de terem bebido a cerveja Belorizontina, adquirida no bairro Buritis, zona oeste de Belo Horizonte. A fabricante tem negado que a substância seja usada em sua linha de produção.

"A Secretaria de Estado de Saúde continuará a investigação epidemiológica e clínico-laboratorial dos casos, incluindo a emissão de notas técnicas para orientação aos serviços e profissionais de saúde", disse o órgão, em nota.

A Polícia Civil de Minas Gerais afirmou mais cedo que encontrou um novo lote da cerveja Belorizontina contaminado com o dietilenoglicol, substância tóxica suspeita de ser a causadora de uma morte e ao menos dez internações no estado.

Agora, são três os lotes nos quais a substância foi identificada, segundo o superintendente da Polícia Técnico-científica da Polícia Civil, Thalles Bittencourt. Cada lote tem 33 mil unidades de cerveja. Segundo os policiais, o produto foi comercializado em Minas Gerais e Espírito Santo.

Segundo força-tarefa criada por autoridades mineiras, a substância já havia sido detectada por exames de sangue em 5 dos 11 pacientes afetados por uma síndrome nefroneural (que compromete rins e sistema nervoso) entre o fim do ano passado e o início deste ano.

Os pacientes procuraram as unidades de saúde com problemas gastrointestinais e alterações neurológicas como paralisia facial, visão borrada, amaurose (perda da visão parcial ou totalmente) e alterações sensitivas.

A Polícia Civil informou também que, além do dietilenoglicol, foi encontrada a substância monoetilenoglicol, que também é tóxica, no tanque de refrigeração da fábrica Backer, em Belo Horizonte.

As duas substâncias tóxicas são armazenadas em tanque e, por meio de serpentinas, fazem o resfriamento durante o processo de produção, antes da fase da fermentação da cerveja. Mas não podem ser incluídas na bebida.

Polícia cogita sabotagem

A fabricante, que teve a linha de produção lacrada na última sexta-feira (10), garante que não o utiliza em nenhuma etapa do processo de fabricação de seus produtos. A Polícia Civil não descarta nenhuma possibilidade de investigação, inclusive sabotagem.

De acordo com a polícia, um supervisor da empresa registrou boletim de ocorrência por ameaça em 19 de dezembro de 2019, após um funcionário ter sido demitido.

O delegado responsável pelo inquérito, Flávio Grossi, disse que ainda não é possível afirmar se foi um erro ou sabotagem. O caso do funcionário que foi demitido da empresa no ano passado e chegou a fazer ameaças à empresa também está sendo investigado.

"Não posso afirmar se foi sabotagem, ou se foi erro", afirmou Grossi.