Polícia apura se Adriano formava milícia na Bahia, diz jornal
A polícia da Bahia investiga se o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano Magalhães da Nóbrega, morto no último fim de semana, iniciou a formação de milícias em cidades do interior do estado. A informação é do jornal O Globo.
De acordo com a reportagem, a polícia descobriu que Adriano circulava pela Bahia há pelo menos dois anos. O principal foco, ainda segundo o jornal, seria uma região próxima à divisa com Sergipe, "onde ele acompanhava vaquejadas e teria feito gastos que levantam a suspeita de lavagem de dinheiro do crime organizado".
O jornal ainda publica uma declaração do delegado Marcelo Sansão, diretor do Draco da Bahia, de que "existe a informação de que ele pagava tudo em espécie para evitar rastreamentos".
Adriano foi morto durante uma ação conjunta da Polícia Civil do Rio e da Polícia Militar da Bahia na cidade de Esplanada, a 171 km de Salvador, onde estava escondido em uma propriedade rural. Duas semanas antes ele tinha conseguido escapar de uma operação na Costa do Sauípe, onde estava com a esposa e duas filhas.
A versão oficial sobre a ocorrência é de que Adriano teria reagido à ordem de prisão e trocado tiros com PMs. O ex-policial, que é apontado como chefe da milícia que controla a comunidade do Rio das Pedras, na zona oeste carioca, teria sido baleado e socorrido ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos.
O advogado de Adriano, Paulo Emílio Catta Preta, contou que Adriano havia lhe dito que tinha medo de ser alvo de uma queima de arquivo —morte de uma testemunha ou envolvido em organização criminosa que possui informações comprometedoras.
Foragido desde janeiro do ano passado, quando foi um dos principais alvos da Operação Intocáveis, Adriano foi denunciado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio) por crime de organização criminosa.
Além de integrar um dos núcleos investigados pelo MP-RJ no âmbito do Caso Queiroz, ele chegou a ser investigado no inquérito que apura a morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, mas sua participação no homicídio não foi provada.
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