Vaquinha arrecada R$ 20 mil para ambulantes de porta de escola: 'Milagre'
Há uma semana sem vender cachorro-quente na porta do Colégio Gay-Lussac, em Niterói, onde trabalha há 26 anos, o ambulante Wellington Lemos Maceo, 40, não sabia como pagaria suas contas até a manhã de hoje.
Foi quando recebeu a notícia de que os pais de alunos da escola arrecadaram R$ 20 mil em uma vaquinha para ajudar as quatro famílias de vendedores afetados pela crise do coronavírus.
Com a escola fechada e a orientação de isolamento domiciliar, as vendas tiveram que ser interrompidas. O valor arrecadado salvará o orçamento das quatro famílias, pelo menos por enquanto.
"Eu não sabia como faria para pagar aluguel, luz e água no mês que vem. Essa ajuda será maravilhosa, só posso chamar de milagre de Deus na minha vida e na vida da minha família. Eu sempre dependi do trabalho nessa escola", emociona-se Wellington, que é pai de três filhos.
Ele começou a trabalhar na cantina do colégio aos 18 anos. Depois, passou a fazer cachorro-quente na porta, o que acontece há 13 anos. "Quando a escola fechou, fiquei sem saber de onde tiraria meu sustento", diz.
Além dele, outros três ambulantes serão ajudados —eles são vendedores de pipoca, doces e milho. Os R$ 5.000 que cada família receberá equivalem a quase três meses de trabalho de Wellington.
"Eu ganhava de R$ 1.900 a R$ 2.000 por mês e moro de aluguel. Então, qualquer ajuda seria muito bem-vinda porque a gente não sabe quando poderá voltar a trabalhar", diz.
Responsável pela iniciativa, a economista Fernanda Cox, mãe de estudantes de 5 e 11 anos, conta que ficou surpresa com tamanha solidariedade.
"Nossa meta inicial era de arrecadar R$ 2.000 para cada vendedor, mas fomos além. As pessoas foram muito solidárias, cerca de 180 famílias participaram, doando acima de R$ 100. Todas as turmas de todos os anos participaram. Foi incrível", comemorou.
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