Semana Santa na quarentena terá missa online e proibição de lava-pés
Resumo da notícia
- Tradicional celebração cristã, a Semana Santa terá mudanças em 2020 pela pandemia do novo coronavírus
- Orientações do Vaticano englobam missas online e proibição do lava-pés
- CNBB sugere citar profissionais da saúde e pesquisadores de vacina em orações
Tradicional celebração cristã, a Semana Santa, que se inicia hoje com o Domingo de Ramos, terá contornos diferentes neste ano devido à pandemia da doença covid-19.
Por orientação do Vaticano, a reunião dos fiéis nas igrejas católicas deve dar lugar à participação nas celebrações transmitidas pela televisão ou pelas redes sociais. Já para este Domingo de Ramos, por exemplo, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pede para que os fiéis fiquem em casa e coloquem alguns ramos no portão ou na porta de entrada das residências.
Seguindo as determinações do Vaticano, a cerimônia de lava-pés, realizada na Quinta-Feira Santa para representar o momento em que Jesus Cristo lavou os pés de seus discípulos, está proibida.
No Brasil, a realização de eventos religiosos presenciais (como cultos e missas) virou palco de disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a Justiça. O presidente havia autorizado, via decreto, que as cerimônias acontecessem mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus. Na última quinta-feira (2), a Justiça Federal em Brasília proibiu pela segunda vez a realização dos eventos, enquanto durar a crise sanitária no país.
Transmissões ao vivo
O documento elaborado pelo Vaticano reitera que "a data da Páscoa não pode ser transferida", mas orienta padres e bispos a celebrarem missas sem a participação do povo — cenário em que entram as transmissões ao vivo, para que os fiéis sejam envolvidos à distância aos rituais que celebram a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.
"A recomendação é de que todos fiquem em casa, sobretudo as pessoas que fazem parte do grupo de risco", escreveu o cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, em artigo publicado no site da Arquidiocese de São Paulo.
"Isso, porém, não significa que a nossa Igreja tenha entrado 'em quarentena' ou abandonado o povo justamente quando ele mais necessita", observou o cardeal no texto.
Ele lembra que há cerca de uma semana, em um ato inédito, o Papa Francisco realizou uma missa sozinho diante da Praça de São Pedro vazia, com transmissão por diferentes meios de comunicação.
O gesto será repetido pelo papa. As celebrações do Domingo de Ramos, às 11h de hoje, da Quinta-Feira Santa (9), às 18h, e da Sexta-Feira Santa, também às 18h, serão transmitidas pelos canais do Vaticano no YouTube e no Facebook. Francisco celebrará ainda a missa do domingo de Páscoa (12) às 11h.
Orações pelos profissionais da saúde e pesquisadores
Ainda entre as orientações publicadas pelo Vaticano em seu decreto, há também a sugestão para que, na oração universal da Sexta-Feira Santa, os bispos dediquem uma intenção especial àqueles que se encontrarem em "situação de perda, de doentes e de falecidos".
Para essa oração, a CNBB sugere a leitura de um texto que fala especificamente da pandemia da covid-19. O trecho pede o fortalecimento dos profissionais de saúde que têm se dedicado a enfrentar a doença e a inspiração dos cientistas que trabalham na pesquisa de uma vacina contra o novo coronavírus.
"Oremos ao Deus da vida, salvação do seu povo, para que sejam consolados os que sofrem com a doença e a morte, provocadas pela pandemia do novo coronavírus; fortalecidos os que heroicamente têm cuidado dos enfermos; e inspirados os que se dedicam à pesquisa de uma vacina eficaz", diz o texto.
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