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Ministro estende cloroquina a casos graves, mas vê estudo 'frágil'

Equipe médica mostra pacote de Nivaquine, comprimidos contendo cloroquina - GERARD JULIEN/AFP
Equipe médica mostra pacote de Nivaquine, comprimidos contendo cloroquina Imagem: GERARD JULIEN/AFP

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

03/04/2020 17h44

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou hoje que o estudo publicado ontem em um periódico científico é "muito frágil", mas que o governo vai autorizar o uso da cloroquina no tratamento para o coronavírus também para pacientes graves.

Até então, a substância era permitida apenas para pacientes considerados críticos, aqueles internados em leitos de UTI. Os pacientes graves são aqueles que precisam de internação hospitalar, mas não necessitam de leitos de UTI, explicou Mandetta.

A ideia é que os médicos possam ter o medicamento à disposição e, se julgarem adequado, possam receitá-lo a pacientes em estado grave.

"O trabalho científico publicado ontem é muito frágil, do caso da cloroquina", afirmou o ministro.

"Nós estávamos adotando para os [pacientes] críticos. Nós vamos adotar também para os graves, que são aqueles que vão para o hospital mas não ainda necessitando de CTI [Centro de Terapia Intensiva], mesmo que as evidências sejam frágeis, para que os médicos possam ter a opção de poder utilizá-los", disse Mandetta.

Ontem, Mandetta tinha elogiado o estudo, afirmando que ele apresentava "algumas boas aplicações".

Presidente entusiasta da cloroquina

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem se mostrado um entusiasta da cloroquina, embora as pesquisas científicas não sejam conclusivas sobre a aplicação da substância contra o coronavírus.

Na última segunda-feira (30), Bolsonaro anunciou que os laboratórios das Forças Armadas iriam ampliar a produção de cloroquina para utilização contra o coronavírus.

Em reunião com líderes do G-20, no último dia 26, Bolsonaro deixou à mostra uma caixa de remédio feito com a substância.

A cloroquina é uma substância que hoje é utilizada no tratamento de doenças como malária e lúpus. Pesquisadores estão testando sua aplicação também na resposta ao novo coronavírus.