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Polícia identifica autora de fake news sobre caixões enterrados sem corpos

Segundo a polícia, ela pode pegar até 9 anos de prisão mais multa - Daniela Mallmann/UOL
Segundo a polícia, ela pode pegar até 9 anos de prisão mais multa Imagem: Daniela Mallmann/UOL

Daniela Mallmann

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

05/05/2020 19h44

A mulher identificada pela Polícia Civil como Valdete Zanco, aparece no vídeo que foi divulgado nas redes sociais, insinuando que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, estaria autorizando o enterro de caixões sem corpos de supostas vítimas de covid-19, e sim com madeiras e pedras. O que teria sido descoberto depois de exumações para a realização de testes do coronavírus.

"Sabe o que tem dentro do caixão? Pedra e madeira. Um monte de caixão cheio de pedra e madeira, uma palhaçada, não?!" Relata a mulher no vídeo.

Hoje, a Polícia Civil informou que o vídeo se trata de fake news e que as denúncias feitas pela mulher são falsas.

"Já foi feito contato com a prefeitura e essa denúncia não tem nenhum lastro probatório. Primeiro que ela fala de exumação, o que caso fosse realizado dependeria do IML do setor de perícias da Polícia Civil. Então essa notícia que ela traz é patentemente inverídica, irresponsável e criminosa", afirmou o delegado responsável pelo caso, Wagner Sales.

Ainda segundo Sales, a mulher pode ser responsabilizada por eventual crime de denunciação caluniosa, difamação contra autoridade pública municipal e também a contravenção penal de produzir pânico e tumulto. Somadas as penas podem chegar a 9 anos de prisão mais multa estipulada pelo poder judiciário.

"Também aproveito para sugerir que a autora do vídeo se apresente, voluntariamente, em uma Delegacia de Polícia para prestar esclarecimentos sobre o que a motivou fazer o vídeo para que possamos concluir as investigações o mais rápido possível", concluiu.

O advogado de Valdete, Alexsander Ribeiro, informou que ela já se apresentou na Delegacia de Polícia de Jacutinga, sul de Minas Gerais.

Segundo ele, a mulher recebeu um cliente na loja em que trabalha, e que havia comentado com ela sobre os caixões sem corpos de Belo Horizonte. Acreditando ser verdade, ela acabou gravando o vídeo e encaminhando em um grupo de WhatsApp. Mas o conteúdo acabou compartilhado em diversas redes sociais e ganhou repercussão, o que chamou a atenção das autoridades.

"Valdete reconhece humildemente o erro e pede perdão ao município de Belo Horizonte e seu ilustre prefeito e a todos quantos foram atingidos negativamente por este equívoco", disse o advogado.

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, a retratação de Valdete Zanco não interrompe as investigações que estão em curso e que ela terá que comparecer a uma delegacia de Belo Horizonte onde o inquérito foi aberto para prestar mais esclarecimentos.