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Bala que matou João Pedro é do mesmo calibre de fuzil usado por policiais

João Pedro, 14, é morto após operação policial em São Gonçalo (RJ) - Reprodução/Twitter/@_danblaz
João Pedro, 14, é morto após operação policial em São Gonçalo (RJ) Imagem: Reprodução/Twitter/@_danblaz

Do UOL, em São Paulo

22/05/2020 10h10

A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou o calibre da arma que matou o João Pedro Matos, 14, na última segunda-feira (18) como sendo 5,56. O calibre mostra que o menino foi atingido por um disparo de fuzil e o tiro pode ter partido de armas de policiais já que é o mesmo calibre utilizado pela corporação.

João Pedro foi baleado e morto durante uma operação da Polícia Civil e da Polícia Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio.

Familiares e amigos da vítima disseram ao UOL que ele brincava no quintal da casa de um tio quando os policiais invadiram o imóvel e o atingiram na barriga. Já a Polícia Civil alega que o menino foi atingido durante uma troca de tiros entre bandidos e policiais, sendo socorrido de helicóptero.

O corpo do jovem só foi encontrado pela família 17 horas depois, no IML (Instituto Médio Legal), sem vida. A delegacia de homicídios da Baixada Fluminense alega que a família do menino foi avisada sobre a morte no dia do socorro.

Allan Duarte, delegado e titular da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), responsável pela investigação, disse acreditar que o caso será solucionado rápido. Ontem, o piloto e o comandante da aeronave que fizeram o resgate de João Pedro foram ouvidos na delegacia.

"[O piloto] Esclareceu para gente como foi feita a penetração do local, o socorro logístico do jovem. Hoje também recebemos o laudo de projétil, a gente já tem o calibre dessa arma", afirmou o delegado.

Duarte ainda disse que o próximo passo da investigação é submeter a bala a exame de confronto balístico com o armamento apreendido com os policiais — dois fuzis de calibre 7.62 e um fuzil 5.56. O delegado ainda indicou que pretende fazer uma reconstituição simulada e ainda há mais pessoas para serem ouvidas durante a investigação.

"A investigação caminha e a gente acredita que num período curto de tempo a gente consiga chegar a uma solução para o caso", pontuou Duarte.

Ontem, a Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e do Sistema Prisional do Ministério Público Federal (CCR) pediu à Polícia Federal do Rio de Janeiro os detalhes da operação que culminou na morte de João Pedro. A PF tem dez dias para responder a solicitação e informar se o menino foi socorrido ou transportado a alguma unidade de saúde por agentes da corporação e se houve autuação de procedimento interno para apurar as circunstâncias da morte.