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Testemunhas contradizem policiais sobre morte de João Pedro, diz jornal

João Pedro Mattos Pinto, assassinado com um tiro de fuzil - Reprodução/Twitter/@_danblaz
João Pedro Mattos Pinto, assassinado com um tiro de fuzil Imagem: Reprodução/Twitter/@_danblaz

Do UOL, em São Paulo

13/06/2020 10h34

Depoimentos colhidos pelo MP (Ministério Público) no Rio de Janeiro contradizem a versão de policiais investigados pela morte de João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, sobre a presença de menores de idade na casa onde o adolescente morreu baleado, mostra hoje reportagem do jornal O Globo.

Segundo testemunhas, ao contrário do que foi afirmado pelos policiais, eles sabiam que João Pedro e outros jovens estavam já deitados no chão, tentando se proteger, antes de realizarem disparos de arma de fogo.

O garoto foi atingido por um dos tiros, durante operação das polícias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), no dia 18 de maio.

Uma testemunha afirmou que o grupo de adolescentes estava na sala da casa quando os policiais invadiram o local pelo portão da frente. Os amigos haviam acabado de entrar na área coberta do imóvel porque ouviram o som de tiros e se sentiram expostos no quintal.

De acordo com essa testemunha, a partir do momento em que os policiais passaram pelo portão, já era possível ver o grupo de adolescentes deitados na sala, uma vez que são de vidro a porta e a janela do cômodo, que dão para a parte da frente do terreno. Tanto os jovens podiam ver os policiais quanto os agentes também os viam e os ouviam, segundo o depoimento.

A testemunha afirmou que os amigos de João Pedro tentaram se comunicar com os policiais, pedindo socorro e gritando sobre a presença de menores de idade ali. O tiro que matou João Pedro foi disparado em seguida.

Nenhuma das testemunhas ouvidas pelo MP reconheceu a presença de traficantes no imóvel ou fugindo pelo terreno, que foi a alegação dos policiais para a invasão e para a realização dos disparos de bala.